Quem é o verdadeiro culpado por uma série de estupros de crianças e adolescentes, na década de 1990, em Belo Horizonte? Com a prisão do ex-bancário Pedro Meyer Ferreira, de 57 anos, reconhecido por uma das vítimas e depois acusado por outras 15, o porteiro aposentado Paulo Antônio da Silva, de 66, e o artista plástico Eugênio Fiúza de Queiroz, de 62 – condenados por crimes na época –, tentam provar sua inocência.
A advogada Adriana Eymar, que representa o artista plástico Eugênio Fiúza, condenado a 34 anos por seis crimes sexuais, luta para reabrir os casos. O acusado cumpriu 16 anos e 9 meses da pena por supostamente violentar crianças e adolescentes, na década de 1990. Hoje, está em regime semiaberto.
Leia Mais
Maníaco do Anchieta vai ser indiciado por estupro no primeiro inquérito criminalPorteiro condenado por estupros ganha liberdadeSuspeito de estupro é preso no Bairro Anchieta após ser reconhecido por mulherPorteiro sósia de estuprador pode ter sido confundido com mais um homemMulher que se dizia vítima de porteiro muda reconhecimento e acusa Maníaco do AnchietaMP pode rever caso de porteiro sósia de estuprador'Fui preso após foto do meu Facebook ir parar em álbum de suspeitos'; polícia prende inocentes com base em reconhecimento fotográfico falhoApós 18 anos de pena, sósia do Maníaco do Anchieta é inocentado de estuproMotorista é mantida refém durante assalto que começou em Ibirité e acabou no BarreiroAtiradores matam um homem e ferem outro em bar de Ribeirão das NevesCulpado ou inocente, Eugênio Fiúza, de 62 anos, tem poucos sonhos. “Quero tornar a viver em liberdade, voltar a trabalhar e cuidar de minha saúde”, diz. De boné, bigode e óculos escuros, assim como a maioria das vítimas descreveu o agressor sexual, ele alega que foi vítima de um erro cruel.
Em sua defesa, diz que, mesmo depois de encarcerado, pelo menos oito vítimas, com idades entre 12 e 17 anos, foram atacadas por um homem com as mesma características dele e da mesma maneira: armado, teria molestado as crianças sexualmente em prédios no Bairro Cidade Nova, Região Nordeste da capital. “Como eu poderia ter feito alguma coisa, se estava atrás das grades?”, questiona o acusado, que chegou inclusive a ser transferido de penitenciária, já que na época suspeitou-se que ele pudesse estar saindo da cadeia para praticar os crimes.
O artista plástico alega ainda ter sido submetido a tortura na época, praticada por agentes da Polícia Civil, para assumir os crimes. “Fui severamente agredido. Até no pau de arara me colocaram”, disse, acrescentando ter sido agredido também na cadeia e se dizendo disposto a passar por qualquer tipo de exame para provar a sua inocência.