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Estado de Minas

Políticas de prevenção evitam que crianças e adolescentes entrem para o crime


postado em 12/05/2012 08:30

Nesta semana o jornal Aqui Betim publicou uma série de reportagens que demonstraram um pouco sobre o cenário da criminalidade no município e no Estado. Não apenas isso, as matérias mostraram a vida e a rotina de pessoas de variadas idades que se envolveram no submundo do crime. Histórias que comprovam que “o crime não compensa”.

Mas para que o indivíduo não chegue ao ponto de conhecer as facetas da criminalidade e até mesmo de ser preso, ele deve aprender na base da vida, ainda na infância o que é ser um cidadão de bem. Na reportagem de hoje, o leitor poderá conhecer políticas de prevenção que evitam que crianças e adolescentes se envolvam com o crime.

Para o sociólogo especialista em criminalidade, Robson Sávio, uma das maneiras de se atingir este objetivo, é investir em escolas de tempo integral, além de oferecer atividades de cultura e lazer. Em Betim, o programa “Escola da Gente” segue essa linha e ampara quase 10 mil crianças em 35 colégios da rede municipal de ensino. Pelo projeto, os alunos ficam de manhã e à tarde na escola. Em um turno eles têm as aulas normalmente e em outro, são oferecidas atividades extra-classe como esportivas, artísticas, reforço escolar e aulas de informática.

Dessa maneira, as crianças já crescem com uma perspectiva de vida diferente, como explica a coordenadora do programa, Dalvonete Santos. “É um projeto que está mudando a vida das crianças e das famílias, primeiro porque garante proteção social, segundo porque durante a aprendizagem integral, os alunos desenvolvem outras habilidades”, afirma.

O juiz da Vara de Infância e Juventude da Comarca de Betim, Doutor Magid Nauef Lauar, esclarece que a maioria dos casos de adolescentes incidentes no crime, possuem relação com o tráfico de drogas. “Eles iniciam cedo, por volta de 12, 14 anos. O menor não tem salário e quando ele entra, se torna escravo do tráfico”, diz. O Capitão Antuer Júnior, do 33º Batalhão de Polícia Militar, concorda com a afirmativa e diz que atividades culturais e sociais são importantes para a prevenção de que adolescentes e crianças se envolvam com o tráfico de drogas. “Qualquer trabalho social que você pega uma criança e a insere, seja em uma atividade cultural, esporte, educação ou o que for, você consegue tirar muita gente do mundo das drogas”, afirma.

Para fechar o cerco e evitar que crianças e adolescentes se envolvam com a atividade ilícita, a Polícia Militar também desenvolve um programa que ensina, desde cedo, os malefícios do uso de entorpecentes. O Programa Educacional de Resistência às Drogas atua em todo o Estado. A dinâmica do projeto consiste em policiais fardados irem até as escolas uma vez por semana e ministrarem aulas com conteúdos que falam sobre os perigos das drogas e como evitá-las, com didática direcionada para cada faixa etária.

O curso abrange todas as faixas de idade dos ensinos básico e fundamental e, após um semestre, os alunos participam de uma formatura. Em Betim, 19 escolas e cerca de 2,5 alunos participam do programa neste semestre, mas no próximo, a expectativa é de que o número de formandos dobre pois novos instrutores serão capacitados para ministrarem as aulas do projeto.

A meninada aprova o curso da PM. “Eles falam a respeito da droga, que ela mata e que pode destruir famílias. Eu pensava que policiais só prendiam e agora vejo que eles também são bons”, afirmou Thaís Evelin, de 10 anos, aluna da Escola Municipal Raul Saraiva Ribeiro.Outro programa que ajuda adolescentes e jovens a se distanciarem da criminalidade é o Fica Vivo, do Governo Estadual. O projeto visa um público de 12 a 24 anos e atua em 12 cidades de Minas Gerais. Por meio do Fica Vivo, que é direcionado para um jovens em vulnerabilidade social, os participantes contam com o apoio de atendimentos psicossociais e oficinas artísticas.

O coordenador da Política de Prevenção à Criminalidade, da Secretaria de Estado de Defesa Social, Tales Andrade de Souza, explica que muitas vezes esses jovens se envolvem em atividades ilícitas como gangues e tráfico de drogas para se sentirem acolhidos. Quando encontram programas que os faz perceberem que o envolvimento com o crime só os prejudica, eles percebem que podem se sentir incluídos em grupos saudáveis. “Às vezes ele entra em uma gangue não pelo sentido negativo, mas por ter o sentimento de pertencimento. Ele consegue mostrar sua arte, seu talento e ser reconhecido por isso e vê que existem outras forma de promoção social e de visibilidade”, diz. Betim possui três bases do Fica Vivo nos Bairros Citrolândia, Jardim Teresópolis e PTB, onde cerca de 1500 jovens têm acesso às atividades oferecidas nos locais.

É importante salientar que parte da população também a responsabilidade de ensinar desde cedo os caminhos corretos que a criança deve andar, para que quando adulta, não se envolva com atitudes criminosas. Prevenir a criminalidade é um dever dos governos públicos, das polícias, das famílias e de todos os setores da sociedade.


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