Belo Horizonte viveu nessa segunda-feira mais um dia de caos no trânsitoOs problemas começaram logo nas primeiras horas do dia com a greve dos metroviáriosE continuaram no fim da tarde e no início da noite, quando a volta para casa foi crítica, com pontos de ônibus lotadosO trânsito parou na Região Central e ficou congestionado em importantes corredoresAlém da falta de trens, do excesso de carros e dos ônibus superlotados, a situação foi agravada pela chuva persistenteSegundo a BHTrans, às 9h 24 vias tinham trânsito com 22,2 quilômetros de tráfego intenso, principalmente na Avenida Amazonas, com 3,6 quilômetros de lentidão.
E às 18h foram 18 vias com 17,9 quilômetros de trânsito pesado, com destaque para o cruzamento das ruas Viçosa e Major Lopes, no Bairro São Pedro, no Centro-SulOutro complicador foram as obras na Avenida Santos Dumont, que será fechada a partir de hoje para construção do BRT (transporte rápido por ônibus), o que pode agravar os congestionamentosMas embora considerado obsoleto e insuficente para atender a demanda, já que opera desde 1986 em trecho único de 28,2 quilômetros entre as estações Eldorado, em Contagem, na Grande BH, e Vilarinho, em Venda Nova, com panes frequentes, o metrô é um serviço essencial e a falta dele piorou o trânsito na cidadeIsso porque ele transporta 215 mil pessoas por dia, desafoga a demanda pelos ônibus, que atendem 1,5 milhão de passageiros por dia, e facilita os deslocamentos ligando seis estações integradas com os coletivos
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A partir desta terça-feira, o metrô deve funcionar em escala mínima das 5h20 às 8h30 e das 17h às 19h30, conforme ficou acertado na reunião de ontem no Tribunal Regional do Trabalho 3ª RegiãoAos sábados, o funcionamento será das 5h30 às 9h
A importância do metrô foi percebida claramente nessa segunda-feira, quando 100% dos trens pararamAlém de tumultuar o trânsito, deu prejuízo ao comércio que pode chegar a R$ 4,3 milhões, segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL/BH)Uma das vantagens apontadas por quem usa o sistema de trens é a mobilidade que o metrô ofereceA característica é um diferencial por garantir fluidez à viagem, menor tempo no deslocamento e maior pontualidade nos horários Devido à falta do metrô, muita gente ficou horas no ponto à espera do ônibus e enfrentou quase quatro horas para chegar ao Centro
“Eu já sabia da greve e, por isso, peguei o ônibus já perto de casa, no Bairro TupiDe lá até o trabalho, no Centro, gastei três horas e quarenta minutosFoi um horror”, disse o vendedor Daiber Ferreira Machado, de 36 anos, que trabalha em uma loja de materiais elétricos no Hipercentro
O Departamento de Estradas de Rodagem (DER-MG) também reforçou linhas, entre a estação Eldorado e a Praça da Estação, mas não informou o número de veículos extras.
Reivindicação salarial
A greve foi decidida na quinta-feira, quando a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) não aceitou o pedido de 5,74% de reajuste dos trabalhadores, pelo índice do Dieese, e de 10% de aumento real“A CBTU ofereceu reajuste zero e congelamento das cláusulas econômicas”, disse a presidente do SindmetroSegundo ela, a categoria quer ainda adicional noturno de 50%, participação nos lucros e resultados e plano de saúde integral“Quem tem cargo de confiança não parouToda a parte operacional parou, assim como parte da manutenção e da administração”, afirmou(Colaborou Mateus Parreiras)