Professores de universidade federais de Minas Gerais entraram em greve nesta quinta-feira. Foi aprovada no último sábado, em âmbito nacional, uma paralisação do Setor das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) coordenada pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN).
O sindicato estima que 37 instituições estejam com as atividades parcialmente suspensas hoje. Até a próxima terça-feira, o Andes-SN acredita que esse número suba para 42, levando em conta que alguns professores ainda estão deliberando sobre a adesão e outras seções sindicais estão aguardando as 72 horas – definidas por lei - após a deflagração do estado de greve, para suspender as aulas.
Confira lista de universidade mineiras que os sindicatos confirmaram adesão à greve:
Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG)
Universidade Federal de Viçosa (UFV)
Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ)
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)
Universidade Federal de Lavras (UFLA)
Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)
Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG)
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)
Segundo o SindCefet-MG, no câmpus Belo Horizonte a paralisação começou hoje, mas ainda não há um balanço do número de docentes que aderiram ao movimento. A diretoria do Cefet-MG ainda não se posicionou sobre a paralisação. Também entraram no protesto os educadores do câmpus Curvelo e há indicativo de adesão pelos servidores de Divinópolis e Araxá, sendo que nas demais unidades não há confirmação de paralisação.
De acordo com a diretora da Seção Sindical dos Docentes de Viçosa (APUV), Márcia fontes Almeida, ficou decidida a deflagração da greve na UFV durante assembleia na última terça-feira. Foram 183 votos a favor e apenas 9 contra. Almeida informou que os educadores vão manter apenas as provas marcadas para hoje e sexta-feira. Depois disso, as atividades ficam suspensas.
Servidores da Ufla e da Ufop também optaram pela paralisação na última terça. “Em assembleia ficou decidido que o corpo docente vai acatar a indicação de greve do Andes-SN por tempo indeterminado”, disse o professor da Ufla, Samuel Pereira Carvalho. A assessoria de comunicação da Ufop confirmou a decisão tomada pelos professores, mas ainda não há um balanço do movimento na instituição nesta quinta. Os docentes, servidores e estudantes da UFOP marcaram um manifestação para 13h desta quinta-feira onde vão revindicar por melhores condições no ensino. O protesto acontece na Praça Tiradentes, no centro da cidade histórica. Na UFJF, apesar da adesão, as aulas estarão suspensas apenas no dia 21, ficando a cargo de cada professor optar ou não pela paralisação.
Uma reunião, no dia 12 de maio, entre sindicatos e o ministro da educação, Aloizio Mercadante, definiu que o governo transformasse o PL 2203/11 em Medida Provisória. A MP, que trata de reajuste para os docentes de universidades públicas, foi publicada na segunda-feira no Diário Oficial da União (DOU).
Mesmo com essa medida, o Andes-SN manteve o indicativo de greve, porque as revindicações vão além do reajuste autorizado pelo governo. Os servidores querem a reestruturação da carreira docente, com valorização do piso - o vencimento base hoje é R$ 557,51 para uma carga horária de 20 horas semanais - incorporação das gratificações; valorização e melhoria das condições de trabalho.
De todas as instituições consultadas pelo em.com apenas a Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) informou que não vai aderir ao movimento grevista. A seção sindical disse que vai aguardar dia 28 de maio quando há nova rodada de negociações com governo federal. Os docentes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) não estão ligados ao Andes-SN, portanto não há indicativo de greve para a instituição.
O Ministério da Educação (MEC) disse que não vai se manifestar sobre a greve nacional.