O júri decidiu pela absolvição de Maximiller Ferreira, conhecido como “Max Cabuloso” e Robert Balbino Leonardi, o “Betinho”, acusados de integrarem o grupo de extermínio que matou 21 pessoas entre 2004 e 2009 em São José da Lapa e Vespasiano, na região metropolitana de Belo horizonte.
Não havia testemunhas e os acusados foram interrogados. Ao final, o promotor Gustavo Fantini explicou o motivos de não sustentar a acusação. Para ele há provas que revelam o envolvimento dos réus com o tráfico de drogas na região, mas não há prova concreta do envolvimento deles com o duplo homicídio em julgamento. A falta de testemunhas presenciais dos crimes, do laudo de necropsia ou do exame de balística foram juntados no processo. Há apenas pessoas que “ouviram dizer” sobre os crimes, esclareceu o promotor.
De acordo com a assessoria do Tribulal de Justiça de Minas Gerais, o promotor teria lamentado que o 'processo não tivesse provas técnicas ou mesmo depoimentos que assegurassem a participação dos acusados nos crimes'.
Ainda de acordo com a assessoria do Fórum, o julgamento havia sido adiado duas vezes a pedido dos advogados dos réus, que pediam a retirada de um documento anexado ao processo anteriormente, mas o Ministério Público não concordou. Inicialmente, o julgamento estava marcado para 17 de abril.
O interrogatório
Robert e Maximiller estão presos acusados de assassinar T.F.S. e E.R.A, em 2009. As vítimas da quadrilha, que explorava o tráfico de drogas na área, foram assassinadas por não pagarem suas dívidas com os marginais ou por serem integrantes de bandos rivais.
Maximiller disse que conhecia Robert porque este era o motorista da ambulância que levava a sua avó ao posto de saúde. Maximiller revelou ainda que conhecia uma das vítimas e tinha bom relacionamento com ela. Ele nega as acusações de assassinato e confirma apenas o envolvimento com o tráfico de drogas da região de São José da Lapa. Para ele, a acusação seria motivada por sua passagem pelo tráfico.
Robert confirmou em seu interrogatório que conhece Maximiller da época em que dirigia ambulância e nega conhecer as vítimas. Ele afirma não ter envolvimento com os homícidios e que no dia do crime estava em casa.
Entenda o caso
O caso veio à tona em 2010. As investigações apontaram que o líder do grupo de extermínio é o ex-cabo da Polícia Militar Rodnei Balbino Leonardi, o Robocop. Ele foi preso em junho de 2010, juntamente com a mãe, e expulso da corporação em setembro do ano passado. Robert Balbino é irmão de Rodnei. Na época, ele cumpria pena por tráfico de drogas.
(Com Maíra Cabral)