Jornal Estado de Minas

Praça da PUC vira palco de homenagem e protesto após assassinato de estudante

Centenas de universitários se uniram em memória da jovem Bárbara, morta a tiro no Bairro Cidade Nova

Daniel Silveira
- Foto: Marcos Vieira/EM/D.A.Press


A Praça da Federação, no Bairro Coração Eucarístico, Região Noroeste de Belo Horizonte, popularmente conhecida como Pracinha do Coreu e famosa por ser reduto boêmio dos universitários, se transformou em palco de protesto e ganhou aparência de santuário na noite desta quinta-feiraCentenas de velas, faixas e cartazes foram colocados no local para homenagear a estudante Bárbara Quaresma Andrade Neves, de 22 anos, assassinada na noite anterior com um tiro a queima-roupa no Bairro Cidade Nova, Região Nordeste.

Cerca de 200 alunos do curso de Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), se reuniram na noite desta quinta-feira no Campus Coração Eucarístico para render a homenagem à colega de cursoAlém disso, buscaram chamar a atenção das autoridades e da população em geral para que a violência seja severamente combatida e a justiça cumprida.

“Esperamos que este seja um grito de alerta e que essa manifestação possa ser uma semente para uma mobilização maior, que comece pela escola e alcance a sociedade como um todo na luta pela paz, pela justiça e pelo fim da violência”, disse o estudante Caio Oliveira, de 23 anos, integrante do Diretório Acadêmico do curso de comunicação e um dos organizadores da ação.

“A Bárbara era só alegriaMantinha um sorriso sempre estampado no rostoEra uma menina que não tinha maldadeSua morte abalou a todos nós”, declarou emocionado o estudante Bruno Oliveira Farnese, de 23O professor Ercio Sena, coordenador do curso de comunicação, também lembrou o jeito cativante da aluna“Como a maioria dos nossos alunos, era uma menina cheia de espectativas e sonhosUma jovem que teve seus planos interrompidos de forma trágica”, lamentou.

- Foto: Marcos Vieira/EM/D.A.Press

Os alunos se reuniram, por volta das 19h30 no prédio 13 do campusEm clima de muita comoção, eles empunhavam cartazes e faixas com o nome da amiga morta e com palavras cobrando justiça e o fim da violênciaDepois de alguns discursos emocionados, lembrando a convivência com Bárbara, eles seguiram até a praça
Lá, fizeram um minuto de silêncio, que foi acompanhado pelos frequentadores dos bares dispostos em volta da praça.

Dor e revolta

Segundo a polícia, Wagner Henrique Soares da Conceição e Tiago Henrique Fernandes dos Santos são os principais suspeitos do crime - Foto: Beto Novaes/EM/D.A.PressO corpo de Bárbara Neves foi enterrado por volta das 17h desta quinta-feira no Cemitério do BonfimParentes e amigos lotaram o cemitério e em meio ao choro demonstravam indignação pelo brutal assassinato da jovem.
Bárbara foi baleada na nuca, dentro do próprio carro, na porta da casa do namorado Gabriel Quaresma, de 25, com quem mantinha um relacionamento há seis anosO pai do rapaz contou que ouviu o barulho de um tiro e quando chegou na portaria do prédio Gabriel gritava que haviam matado a namorada.

Segundo a polícia, a versão de testemunhas indica que um Stilo parou na frente do carro de Bárbara e dois homens desceram, um deles armados, se aproximando da jovem que se assustou e pisou na embreagem, fazendo o carro movimentarNeste momento o homem disparou a arma.

Na tarde desta quinta-feira a polícia apresentou a foto dos dois suspeitos de terem cometido crimeSegundo a polícia, o namorado de Bárbara não os reconheceu, mas outras testemunhas apontaram a dupla como autora do homicídio.