“Em novembro, bandidos levaram meu carro na porta da casa dos meus paisOs dois ladrões estavam armados e me deram coronhadasAntes, esse tipo de coisa era uma raridade na região, mas agora a violência está completamente banalizada e é gratuitaA gente já fica pensando qual será a nossa hora e se somos ou não a bola da vez”, disse o dentista Domingos Sávio Damasceno, de 52 anos
Um pouco mais à frente, o funcionário de uma padaria na esquina das ruas Júlio Otaviano Ferreira e Coronel Pedro Paulo Penido afirma se lembrar de vários assaltos“Foram 10 roubos nos últimos três anosNo pior deles, os bandidos entraram armados com metralhadoras, me levaram para o escritório e roubaram dinheiro da empresaOs outros funcionários ficaram trancados em uma salaFiquei o tempo todo com uma arma na cabeçaHá policiamento, mas precisa ser ampliado para diminuir essa sensação que assombra o bairro”, conta o gerente da padaria.
A médica Maria da Penha Vieira, de 55 anos, foi assaltada há três meses na mesma rua onde a jovem Bárbara Quaresma foi assassinada
Policiamento
Apesar da sensação de medo da população, o comandante do 16º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Robson José de Queiroz, afirma que os números de crimes violentos caíram no Bairro Cidade Nova neste anoSegundo ele, foram registradas 95 ocorrências desse tipo de janeiro a 20 de maio de 2011, contra 85 no mesmo período deste anoAfirma que, ainda assim, a morte da estudante é um alerta às autoridades“O bairro tem comércio intenso, grande movimentação de pessoas, veículos e residências de luxo Estamos atentos”, salientou
Já o comandante do Policiamento da Capital, coronel Rogério Andrade, classificou a morte de Bárbara Quaresma como um fato grave para a cidade“É uma ocorrência que chama a atenção e nos alerta para não só manter o que vinha sendo feito, mas também a reforçar o policiamento”, destacou.