Os desafios também são grandes para a Região Metropolitana de Belo HorizonteEsmeraldas lidera no item falta de meio-fio e também vai muito mal nas outras categoriasNão tem rampas, mais de 41% das ruas não estão identificadas e só há calçamento em 13,1% do entorno dos domicíliosHá muitas árvores, conforme constataram os recenseadores, mas o esgoto a céu aberto pode ser observado em 23,2% desses lugares e o lixo acumulado deixa a cidade na 728ª posição, no ranking estadual
Ainda na região metropolitana, outras três cidades estão acima da média brasileira para a presença de esgoto a céu aberto: Ibirité, Vespasiano e Ribeirão das NevesEm todo o estado, são 50 municípios nessas condiçõesDivisa Alegre, no Norte de Minas, tem o pior índice e mais da metade das casas da cidade estão rodeadas de sujeira (50,5%).
“Minas Gerais está muito polarizada, há índices bons e ruins
Para o lixo acumulado, outro problema que incomoda a população, 144 cidades mineiras estão acima da média do Brasil, de 5%Faltam bueiros em 27 cidades e 328 têm níveis acima de 41,5%, média brasileira, o que representa 38,4% do total de municípios mineirosApesar de a iluminação ser a característica urbana mais presente no entorno das casas, as cidades de Silveirânia, na Zona da Mata (69,8%), Gameleiras, no Norte (70,8%), e Onça de Pitangui, na Região Central (72,7%), apresentam os piores resultados nesta categoria.
áreas verdes são poucas
O Censo 2010 também mostra carência de áreas verdesOs recenseadores observaram o número de árvores no entorno das casas, sem levar em conta as plantadas em jardinsNo país, a melhor taxa de arborização está nos municípios de até 20 mil habitantes e o pior desempenho é das cidades (entre 100 mil e 200 mil habitantes), onde 34,6% das residências não têm árvores plantadas no entornoNo interior mineiro, Bias Fortes, na Zona da Mata, não tem nenhuma árvoreOutras 17 cidades apresentam menos de 10% de espécimes plantados no entorno das casas
A pesquisa fez avaliação por região e o Sudeste alcançou a maior proporção de características urbanísticas desejáveis para o entorno de uma casa, como, por exemplo, para pavimentação (90,5%), meio-fio (87,9%), calçada (82,2%) e identificação dos logradouros (73,2%)Na Região Sul do país, destaca-se a presença de bueiros (64,1%).
A Região Norte, de acordo com o IBGE, concentra a menor incidência de domicílios com identificação (36,1%), pavimentação (61,9%), arborização (36,7%), meio-fio (46,1%) e calçadas (32,4%)
Nas categorias associadas ao meio ambiente e à saúde da população, a Região Norte tem as maiores proporções para depósito de lixo (7,8%) e esgoto a céu aberto (32,2%)No Nordeste, mais de um quarto dos domicílios (26,3%) estão em ruas com esgoto sem tratamento adequadoEsta região também obteve as menores proporções de bueiros/bocas de lobo (18%)No Centro-Oeste, porém, há a menor incidência de domicílios localizados em ruas onde há acúmulo de lixo (3,7%) e esgoto a céu aberto (2,9%)A região também apresenta a mais elevada taxa de rampas para deficientes físicos (7,8%).
Palavra de especialista
Denise Morado
professora da Escola de Arquitetura da UFMG
Falta análise
de qualidade
“A grande questão de qualquer pesquisa como essa é que ela fica restrita aos dados numéricos, sem a análise da qualidade e a inserção de outros atributosO que acontece com Belo Horizonte é a aniquilação do espaço público no sentido mais amplo, do direito à cidade, de usufruir do espaço público com qualidadeHá uma rampa na porta da Escola de Arquitetura da UFMG, por exemplo, que dá numa árvoreO equipamento é importante, existe, mas o projeto técnico simplesmente foi incorporado às dimensões de forma correta, como diz o projeto, mas sem levar em conta outras questões importantesO calçamento, categoria em que Belo Horizonte aparece bem na pesquisa, muitas vezes impede a passagem de carrinhos de crianças e o próprio uso de cadeiras de rodaO dimensionamento é péssimo e não permite o usufruto dessa pessoa porque tem uma banca de revista, uma lixeira, um posteQuando se diz que ainda tem esgoto a céu aberto, há restrição da qualidade do espaço público a essas pessoas que têm 100% de direito à cidade.”
Denise Morado
professora da Escola de Arquitetura da UFMG
Falta análise
de qualidade
“A grande questão de qualquer pesquisa como essa é que ela fica restrita aos dados numéricos, sem a análise da qualidade e a inserção de outros atributosO que acontece com Belo Horizonte é a aniquilação do espaço público no sentido mais amplo, do direito à cidade, de usufruir do espaço público com qualidadeHá uma rampa na porta da Escola de Arquitetura da UFMG, por exemplo, que dá numa árvoreO equipamento é importante, existe, mas o projeto técnico simplesmente foi incorporado às dimensões de forma correta, como diz o projeto, mas sem levar em conta outras questões importantesO calçamento, categoria em que Belo Horizonte aparece bem na pesquisa, muitas vezes impede a passagem de carrinhos de crianças e o próprio uso de cadeiras de rodaO dimensionamento é péssimo e não permite o usufruto dessa pessoa porque tem uma banca de revista, uma lixeira, um posteQuando se diz que ainda tem esgoto a céu aberto, há restrição da qualidade do espaço público a essas pessoas que têm 100% de direito à cidade.”