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Estado de Minas

Perdida, polícia atira para todos os lados para desvendar assassinato de universitária

Apuração não leva à prisão de suspeitos e Investigadores levantam vidas de universitária e de seus parentes para tentar esclarecer motivo do assassinato


postado em 26/05/2012 06:00 / atualizado em 26/05/2012 07:11


"Vamos ouvir todas as pessoas ligadas à vítima e buscar um provável motivo. Primeiro, saber o porquê. Depois, quem cometeu o crime, diz o delegado Wagner Pinto (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A PRESS)
Sem conseguir pistas sobre os assassinos da universitária Bárbara Quaresma Andrade Neves – morta aos 22 anos, no Bairro Cidade Nova, Nordeste de BH, com um tiro na nuca –, a Polícia Civil decidiu se dedicar a investigar as vidas da vítima e de seus parentes. A justificativa é encontrar um motivo que ajude a esclarecer o crime. O chefe do Departamento de Investigações (DI), delegado Wagner Pinto de Souza, disse que pretende primeiro conhecer a trajetória da estudante. “Vamos ouvir todas as pessoas ligadas à vítima e buscar um provável motivo. Primeiro, saber o porquê. Depois, quem cometeu o crime. Pode ser um motivo social, político ou algo ligado à criminalidade”, argumentou.

O policial, porém, decidiu adotar tom mais cauteloso que o de seu colega, o coordenador de Operações Especiais do Detran, Ramon Sandoli, que ainda no início das investigações praticamente descartou a possibilidade de roubo como razão do crime. Para Wagner Pinto, a hipótese de latrocínio (matar para roubar) não está descartada. “Pode ser um crime de natureza patrimonial, pessoal ou ligada a drogas. Por enquanto, não temos nenhum elemento para problemas de ordem econômica, como dívidas”, afirmou o chefe do DI.

Apesar das opções investigadas pela polícia, o pai de Bárbara, o economista e professor da Fundação Dom Cabral Gustavo Andrade Neves, de 46 anos, não vê outro motivo que não seja latrocínio para o assassinato. A universitária estava no carro com o namorado, Gabriel Fagundes Quaresma, de 25, quando o casal foi abordado por dois homens, um deles armado, que disparou um tiro à queima-roupa na nuca de Bárbara. Gustavo prestou depoimento ontem e descartou a possibilidade de a jovem e o namorado estarem envolvidos com drogas. “É muito triste, chega a ser uma estupidez, o primeiro delegado divulgar informações quase improváveis sobre o namorado da minha filha, de que ele já tem passagem pela polícia por uso de drogas”, desabafou o economista.

Gustavo Andrade, que mora em João Pessoa (PB), é separado da mãe de Bárbara, Tânia Quaresma Dalton Santos, que vive em Teófilo Otoni, Vale do Mucuri, e deve ser ouvida hoje. “Minha filha é uma pessoa que acompanho muito de perto. Ela morou a vida inteira comigo e por ela ponho a mão no fogo com relação a qualquer atividade ilícita. Mesmo o consumo de drogas, tenho certeza de que ela nunca mexeu com isso”, disse.

O economista também defende o namorado de Bárbara, a quem se refere como um filho e uma pessoa acima de qualquer suspeita. “Há sete anos ele foi apanhado numa festinha de adolescentes portando droga. Houve uma ocorrência policial em cima disso, mas o caso nem resultou em processo. Isso (a postura da polícia) dá um desgosto muito grande para quem já enfrenta uma dor dessas”, disse Gustavo. A assessoria do Fórum Lafayette informou que o rapaz não responde a nenhum processo nas comarcas de Belo Horizonte e Águas Formosas, onde viveu até sete anos atrás.

Novo depoimento

O
namorado de Bárbara foi ouvido novamente ontem, mas apenas reiterou informações já prestadas. A polícia vai tomar depoimento também da amiga da universitária que mora no Bairro Floresta, Região Leste, de onde a vítima saiu na noite de quarta-feira, pouco antes do crime. “Vamos tentar localizar testemunhas, mesmo que de forma extraoficial. Pedimos qualquer informação, mesmo que anonimamente, pelo telefone 181”, afirma o delegado.

As declarações do pai de Bárbara ajudaram a polícia a conhecer um pouco a vítima, segundo o delegado Wagner Pinto, e a verificar se existem problemas que pudessem resultar no crime. Apesar de morar na Paraíba, o economista mantinha contato frequente com a filha. Outras testemunhas eram aguardadas no DI. “A investigação está em ritmo acelerado”, afirmou Wagner Pinto. Porém, não houve prisões e a polícia continua tentando localizar o Stilo prata usado pelos suspeitos para seguir a estudante e para fugir após o assassinato. O delegado da Homicídios Leste, Rodrigo Bossi, foi designado para presidir as investigações.


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