Um sargento da Polícia Militar, de 51 anos, há 30 na corporação, é alvo de uma sindicância interna sob suspeita de abusar sexualmente de um adolescente de 16 anos, portador de necessidades especiais, em Tupaciguara, no Triângulo Mineiro. Esta é a segunda vez em que o militar é investigado por crime de pedofilia.
De acordo com o comandante do Batalhão de Tupaciguara, capitão Ramon Tomaz Pereira, mediante esta segunda denúncia o sargento Valdison Marques Miranda será transferido de unidade assim que retornar das férias. "Ele já atua somente na área administrativa, por causa de problemas de saúde. Se confirmada a denúncia, ele poderá ser expulso da corporação", diz.
O pai do adolescente, um funcionário público de 64 anos, afirmou aos policiais que era frequente o filho ir para a casa do militar. Disse ainda que o garoto já havia relatado os possíveis abusos, mas os pais não lhe deram atenção. "O garoto estuda na APAE, onde também estuda um filho do sargento Valdison", acrescenta o capitão Ramon.
O adolescente chegou a ser submetido a exames periciais, que deram inconclusivos já que o último abuso teria ocorrido há mais de 15 dias. O sargento, que está em férias, foi procurado pelos oficiais e negou que promovia orgias em sua casa e que tenha abusado do menor. "Estamos averiguando se esta denúncia não teria motivação política, já que o sargento vai se candidatar a vereador neste ano", adiantou o capitão Ramon.
Ainda segundo o capitão, a transferência do sargento para outra cidade é resultado do processo administrativo que buscou apurar a denúncia de que ele abusou de uma menina de 12 anos. Os pais dela alegaram que Valdison introduziu um dedo em sua vagina sob o pretexto de saber se ela ainda era virgem. Ele teria cometido este ato depois que os pais da menina o procuraram, relatando desconfiar que a filha estaria tendo relações sexuais com um adolescente mais velho. "O sargento Valdison já foi seminarista e depois se formou psicólogo. Por isso as pessoas mais simples confiam muito nele", destacou o capitão Ramon.
O comandante esclareceu que durante a averiguação desta denúncia, os pais da menina voltaram atrás, desmentindo o relato quando foram prestar depoimento formal sobre o caso.
A reportagem tentou sem sucesso entrar em contato com o Sargento Valdison.