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Estado de Minas

Mais dois policiais militares são presos por desvio de conduta em Minas

Um cabo e um soldado foram flagrados instalando máquinas caça-níquel em um bar em Betim. Frequência de atos criminosos cometidos por policiais preocupa o comando da PM


postado em 02/06/2012 18:27

Mais uma vez policiais militares são denunciados por atividade criminosa em Minas Gerais. Na tarde deste sábado, um cabo e um soldado receberam voz de prisão ao serem flagrados instalando máquinas caça-níquel em um bar no Bairro Jardim das Alterosas, em Betim, na Grande Belo Horizonte. Eles estavam de folga e foram alvo de denúncia anônima.

De acordo com a Polícia Militar, os dois policiais, que são lotados no 33º Batalhão, em Betim, se preparavam para instalar as máquinas quando foram surpreendidos por outros policiais que foram até o local checar a denúncia. O dono do bar afirmou que as máquinas eram dos militares, que iriam explorar o jogo de azar no local. No entanto, os policiais negaram a propriedade do equipamento.

Os dois militares receberam voz de prisão em flagrante e foram levados para a delegacia de plantão. Depois de prestarem depoimento à delegada, eles assinaram um Termo Circunstanciado de Ocorrência e foram liberados, já que a ação não é caracterizada como crime, mas como contravenção penal. As máquinas e as ferramentas usadas pela dupla foram apreendidas.

De acordo com o Major Gilmar Luciano Santos, que responde pela assessoria de imprensa da PM, será aberto um processo administrativo interno para apurar a conduta dos dois policiais. Ele relatou que a frequencia de atos criminosos praticados por policiais militares tem preocupado o comando da corporação. “Estamos acompanhando estes desvios de conduta e empenhados em punir e excluí-los da Polícia Militar”, garantiu.

Major Gilmar ressaltou a preocupação em lidar de forma transparente com estes casos perante a sociedade. “Um servidor da PM que comete crime não é policial, é um criminoso que burlou o sistema e conseguiu entrar na corporação. Em todos os casos estão sendo abertos processos administrativos que devem levar à expulsão”, disse.

Nas útlimas semanas, pelo menos sete militares se envolveram em crimes diversos, entre agressão física, assalto, estupro, pedofilia e assassinato. O último caso ocorreu nessa sexta-feira, em Sete Lagoas, na Região Central, e terminou de forma trágica. Inconformado com o fim do relacionamento, um soldado de 27 anos executou a tiros a ex-namorada, de 21 anos, que já havia prestado queixa contra ele por ameaça. Após matá-la, o militar atirou contra a própria cabeça e morreu.

Um soldado e um cabo do 39º Batalhão estão presos preventivamente acusados de estupro, lesão corporal e invasão domiciliar. Eles foram denunciados por uma jovem de 18 anos, grávida, que teria sido estuprada por um deles em uma casa do Bairro Santa Cruz, em Contagem, na Grande BH. Os militares invadiram o imóvel, onde a jovem estava com o namorado e dois amigos. Todos teriam sido agredidos fisicamente. Durante a apuração do crime, drogas e munição ilegal foram encontradas na casa de um dos militares.

Na capital, dois soldados foram presos suspeitos de roubar pedestres na Avenida Cachoeirinha e na Rua Ester de Lima, na Região Nordeste de Belo Horizonte. Os PMs foram presos depois de reconhecidos por vítimas de dois assaltos, quando os militares roubaram celulares e dinheiro.

Ainda na capital, um cabo da PM atirou contra a cabeça do próprio filho, um adolescente de 17 anos no Bairro Glória, Região Noroeste. O policial, que estava em processo de separação da mulher, mãe biológica do garoto (o militar não é pai biológico dele, mas o registrou como filho) foi preso após se apresentar espontaneamente à corporação. A PM tratou o caso como uma fatalidade, pois o militar afirmou que o disparo ocorreu acidentalmente.

Em Tupaciguara, no Triângulo Mineiro, um sargento de 51 anos, 30 deles dedicados à corporação, pode ser expulso da PM se comprovada denúncia de que ele abusava sexualmente de um adolescente de 16 anos, portador de necessidades especiais. A vítima, que estuda na APAE da cidade junto com um filho do militar, também deficiente, revelou que participava de orgias sexuais na casa do policial. Esta é a segunda vez que o sargento é denunciado por crime de pedofilia. A primeira vez foi de uma menina de 12 anos.


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