Jornal Estado de Minas

Proprietário, farmacêutica e técnico da Fórmula Pharma são indiciados por homicídio culposo

Eles também devem responder pelos crimes de lesão corporal culposa e adulteração de medicamento

Daniel Silveira
O proprietário da Fórmula Pharma, Ricardo Luiz Portilho, foi indiciado pela Polícia Civil por homicídio culposo (quando não há intensão de matar), lesão corporal culposa combinados com adulteração de medicamentos
A farmacêutica da empresa, Anne Pinheiro Nascimento Souza, e o técnico Missias Ornelas também foram indiciados pelos mesmos crimesO indiciamento acontece seis meses depois de confirmadas as mortes de 10 pessoas em Teófilo Otoni, no Vale do MucuriTodas as vítimas fizeram uso do medicamento Secnidazol 500mg produzido pela empresa farmacêutica.

De acordo com a Polícia Civil, a conclusão dos inquéritos policiais foi encaminhada à Justiça na última sexta-feiraFicou comprovado que houve adulteração no medicamento, já que a Fundação Ezequiel Dias (Funed) identificou a presença do anti-hipertensivo Anlodipina Besilato 5 mg na fórmula do Secnidazol 500mg, indicado para o combate de vermes

A primeira morte em decorência do medicamento adulterado ocorreu em 20 de novembro do ano passadoO caso começou a ser investigado pela Secretaria de Estado da Saúde no dia 1º de dezembro, quando havia a suspeita de oito mortesSegundo a Polícia Civil, ficou comprovada a morte em decorrência do uso do medicamento da Fórmula Pharma de seis pessoas: Madalena Barbosa de Souza, Edival José Ferreira, Sílvia Cátia Marinho, Deolina Silva de Almeida, Levino Rodrigues Carvalho e Maria Lúcia de SouzaEntretanto, outras quatro mortes ainda são investigadas, embora a SES tenha relacionado estes quatro óbitos ao número de vítimasAlém dos mortos, um casal sofreu lesões depois de ingerir o medicamento.

Como parte das investigações, os corpos das vítimas chegaram a ser exumadosÀ época, a defesa da empresa chegou a alegar que a Fórmula Pharma pudesse ter sido vítima de alguma sabotagem.

A investigação acerca das outras quatro mortes segue conduzida pela Delegacia de Novo Cruzeiro.