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Estado de Minas

Cabo da PM é suspeito de matar esposa e filha de 12 anos em Neves

O cabo trabalhava internamente no 34º batalhão há seis anos e nunca apresentou desvio de conduta. Ele fugiu e ainda é procurado como um bandido comum por colegas do 40º Batalhão e Rotam


postado em 11/06/2012 07:51 / atualizado em 11/06/2012 10:44

Um policial militar de 44 anos é suspeito de matar a esposa e a filha de 12 anos no Bairro Granjas Primavera, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O crime aconteceu na tarde de domingo depois de uma discussão do cabo, lotado no 34º Batalhão da PM, com a esposa dentro de casa.

De acordo com o comandante do batalhão onde o militar trabalha, tenente-coronel Idzel Fagundes, o crime chocou a corporação. Além do duplo homicídio, o policial também baleou outra filha de 16 anos que está internada no Hospital Risoleta Neves. O comandante não deu detalhes do crime, mas confirmou que o cabo não tinha arma da corporação.

O policial possui uma arma registrada no nome dele e pode ter usado esse revólver no crime. Logo depois dos tiros, o cabo desapareceu. “Agora ele está sendo procurado como um bandido. Ele cometeu um crime bárbaro, como qualquer bandido. Esse é um crime comum”, afirma o coronel. Equipes do 40º Batalhão de Neves e da Rotam estão empenhados nas buscas pelo suspeito. Conforme o comandante, o cabo tem sete dias para se apresentar à corporação para se livrar do crime militar.

“Esperamos prendê-lo. Ele deveria trabalhar hoje, portanto, a partir de agora ele já esta faltando ao serviço. Independente se é um crime comum vai ser aberto um processo disciplinar. Estou impressionado de ter uma pessoa para cometer um crime tão bárbaro. Espero que as polícias, tanto civil quanto militar, o prendam o mais rápido possível”, conclui Fagundes.

Segundo o comandante, o cabo está registrado na corporação há 16 anos e atua como guarda do batalhão há sete. Ele nunca apresentou desvio de conduta. Ainda de acordo com o comandante, o cabo teria outro relacionamento com uma mulher na Região Noroeste da capital, com quem era casado oficialmente. Os motivos da briga que levaram ao duplo homicídio em Neves ainda não foram esclarecidos. A polícia vai investigar as informações de que a briga entre o casal começou por causa de uma conta de luz.

Outros crimes envolvendo PMs

Assassinato, posse de drogas, tentativa de homicídio, agressão física, estupro, pedofilia, uso de drogas, homicídios. Nas últimas semanas, policiais militares protagonizaram crimes diversos em Minas Gerais. Um soldado e um cabo do 39º Batalhão foram presos por estupro, lesão corporal e invasão domiciliar. Uma grávida de 18 anos, moradora de um aglomerado no Bairro Santa Cruz, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, denunciou que foi abusada sexualmente pelo soldado que entrou na casa em que ela estava, com o namorado e uma amiga, no dia 22 de maio.

Na capital, dois soldados foram presos suspeitos de roubar pedestres na Avenida Cachoeirinha e na Rua Ester de Lima, na Região Nordeste de Belo Horizonte. Os PMs foram presos depois de reconhecidos por vítimas de dois assaltos, quando os militares roubaram celulares e dinheiro.

Ainda na capital, um cabo da PM atirou contra a cabeça do próprio filho, um adolescente de 17 anos no Bairro Glória, Região Noroeste. O policial, que estava em processo de separação da mulher, mãe biológica do garoto (o militar não é pai biológico dele, mas o registrou como filho) foi preso após se apresentar espontaneamente à corporação. A PM tratou o caso como uma fatalidade, pois o militar afirmou que o disparo ocorreu acidentalmente.

Em Tupaciguara, no Triângulo Mineiro, um sargento de 51 anos, 30 deles dedicados à corporação, pode ser expulso da PM se comprovada denúncia de que ele abusava sexualmente de um adolescente de 16 anos, portador de necessidades especiais. A vítima, que estuda na APAE da cidade junto com um filho do militar, também deficiente, revelou que participava de orgias sexuais na casa do policial. Esta é a segunda vez que o sargento é denunciado por crime de pedofilia. A primeira vez a vítima foi uma menina de 12 anos.

Em Betim, na Grande BH, um cabo e um soldado receberam voz de prisão ao serem flagrados instalando máquinas caça-níquel em um bar no Bairro Jardim das Alterosas. Eles estavam de folga e foram alvo de denúncia anônima.O dois policiais, que são lotados no 33º Batalhão, se preparavam para instalar as máquinas quando foram surpreendidos por outros policiais que foram até o local checar a denúncia.

Em Sete Lagoas, Região Central do estado, uma jovem de 21 anos foi assassinada a tiros pelo ex-namorado que era soldado da PM. Após assassinar a ex, o policial se matou. A vítima já temia por sua integridade física e há cerca de um mês ela prestou queixa de ameaça contra o ex-namorado. Mas, a denúncia não foi suficiente para impedir que o militar de 27 anos, há mais de três atuando na PM, cometesse o crime.

Não bastasse os crimes na rua, três militares receberam voz de prisão dentro do Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, suspeitos de prestar falso testemunho durante uma audiência. O juiz e os membros da Corregedoria da PM que participavam da sessão desconfiaram das versões de dois soldados e um cabo durante uma sessão na Vara de Tóxicos. Eles teriam mentido e inventado dados em uma ocorrência de tráfico de drogas. O réu julgado na audiência foi absolvido por falta de provas.

Às vésperas do feriado de Corpus Christi, um major da PM, de 44 anos, foi flagrado usando drogas num motel na Avenida Santos Dumont, no Centro de BH. Militares que faziam operação de rotina o encontraram num quarto com um travesti consumindo crack. Os dois foram detidos e levados para a Delegacia Adjunta do Juizado Especial Criminal (Deajec).

(Com Daniel Silveira e Andréa Silva)


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