Na UFMG, a matrícula de calouros, suspensa segunda-feira devido à paralisação dos servidores técnicos e administrativos, em greve desde 21 de maio, ainda não tem data para ocorrerA administração da universidade informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não sabe se o calendário acadêmico sofrerá outras mudanças em decorrência da paralisação dos professoresA reitoria da UFMG alegou que não foi comunicada formalmente sobre a greve.
Filiados à Federação de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes), em nível nacional, e ao Sindicato dos Professores de Universidades Federais de Belo Horizonte e Montes Claros (Apubh), em nível estadual, os docentes da UFMG apresentam reivindicações semelhantes às dos colegas das outras instituições mineiras em greve, associados ao Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), que decretou a paralisação em 17 de maioOs professores da UFMG também pedem reestruturação da carreira e aumento do piso salarial para 20 horas semanais, mas o valor pretendido pela Andes-SN (R$ 2.329) é menor do que o recomendado pela Apubh (R$ 2.700).
“O piso atual é de apenas R$ 1.541,52”, afirma o presidente do Apubh, João Maurício Figueiredo“Desde 2009, o governo federal fala em discutir carreira e recomposição salarial, mas não apresentou nadaA categoria se cansou de esperar”, explicaNa terça-feira, dia da paralisação, os professores se reúnem novamente às 9h no auditório da Reitoria da UFMG, para rediscutir as pautas e definir novos encaminhamentos para a greveOs docentes prometem se reunir em várias unidades da instituição para convencê-los da importância de aderir ao movimento.
NEGOCIAÇÃO
No fim da tarde de ontem, diretores da Andes-SN e do Proifes se reuniram com representantes do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
Os professores da Universidade Federal de Itajubá (Unifei) haviam aprovado indicativo de greve na semana passada, mas, em assembleia ontem, rechaçaram a paralisação“A Unifei não entrará em greve e, pelo menos até o segundo semestre, não se toca no assuntoTemos esperança de que o governo apresente, de fato, uma proposta de reestruturação da carreira”, justifica o presidente do sindicato dos docentes da universidade, Agenor Pina“Além disso, como o final do período letivo está próximo, não seria prudente fazer uma greve agora, isso prejudicaria muito os alunos”, salientou.
Meso dos estudantes
Nas universidades em greve os alunos já sentem os prejuízosGiovane Fonseca, de 20 anos, cursa o 5º período de engenharia química na Universidade Federal de Viçosa (UFV)Antes da greve, ele havia decidido ocupar as férias com um intercâmbio de três meses nos Estados Unidos, de dezembro deste ano a fevereiro de 2013O problema é que, com a paralisação, o próximo período letivo, que se concluiria em novembro, deve se estender pelo menos até dezembro
“No 6º período do curso, há matérias ministradas apenas no segundo semestrePor isso, quando voltar, não vou poder pegar algumas matérias do currículoA greve vai atrapalhar minha grade toda nos próximos anosVou ter de correr atrás do tempo perdido, mas acho que minha formatura vai ser adiada”, afirmou Giovane.
“O pior é que você não sabe quando vai terminar a paralisação, a gente fica sem saber quando vai se formarPode ser que a gente perca o semestre”, afirma Adriano Soares, de 22, estudante do 7º período de engenharia mecânica na Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ)“Sem aulas, é inviável estudar as matérias em casaNão contamos com o acompanhamento do professor”, justifica.
Graduanda do 7º período de história da UFSJ, Raína de Castro Ferreira, de 21, teme não conseguir se formar no fim do ano“Acho muito justa a causa defendida pelos professores, mas é claro que a greve prejudica o andamento da nossa grade acadêmica e atrasa o calendário”, constataEla garante que consegue estudar “por fora” os assuntos previstos nas ementas das disciplinas.
ONZE ESCOLAS PARADAS EM MG
Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)
Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
Universidade Federal de Viçosa (UFV)
Universidade Federal de Lavras (Ufla)
Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop)
Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ)
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Universidade Federal de Alfenas (Unifal)
Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais
Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG)