A morte do oficial de Justiça Federal Daniel Norberto da Cunha, de 54 anos, continua um mistério. Nesta sexta-feira, as policias Civil e Federal concederam uma coletiva para falar a respeito do caso e da prisão do principal suspeito do crime, Omar Teixeira de Aguilar Júnior, de 35 anos, que foi preso em 5 de junho deste ano, no Bairro Tirol, no Barreiro. Em depoimento, o homem negou ter matado Cunha e apontou a participação de outras pessoas, que não tiveram os nomes divulgados.
Com a quebra do sigilo telefônico da vítima, a polícia conseguiu montar os últimos passos do procurador. Em 24 de maio, dia em que houve o desaparecimento, Daniel ligou para a família dizendo que chegaria mais tarde, pois teria que cumprir dois mandados. Nesse tempo, ele recebeu uma ligação de um telefone público, que seria do homem preso pela polícia.
Câmeras de segurança do local, avistaram o suspeito descendo do carro. De acordo com a polícia, Júnior admitiu que é ele quem estava no carro. “Ele fala que se coloca na cena. Que estava com a vítima, mas nega ter cometido o crime. Diz que o oficial estava passando mal no momento em que deixou o veículo”, afirma o delegado da Polícia Federal, Rodrigo Morais Fernandes. O corpo do procurador foi encontrado quatro dias depois em avançado estado de decomposição.
No dia seguinte ao crime, o suspeito pegou os cartões de crédito da vítima e tentou fazer um saque em um caixa localizado dentro do Itaú Power shopping, em Contagem. Porém, não conseguiu tirar o dinheiro, pois não tinha a senha bancária do oficial de Justiça. Câmeras do centro de compras flagraram a ação de Omar.
Com as informações colhidas na quebra de sigilo telefônico de Daniel e com as imagens das câmeras de segurança, a polícia conseguiu chegar até o suspeito. Porém, os detalhes da prisão não foram passados. Omar já tem passagens por vias de fato, agressões, ameaças e lesão corporal.
A polícia informou que já tem,os laudos preliminares da morte do procurador. Também pediram uma perícia no motel. Nenhum dos resultados será divulgado por hora.
Suspeito e vítima se conheciam
Em depoimento, o suspeito do crime informou que já mantinha contato com a vítima há algum tempo. De acordo com a polícia, o homem disse que conheceu o procurador informalmente e os dois passaram a trocar telefonemas. Omar se negou a dizer qual era o teor das conversas.
A polícia afirmou que o suspeito não possui emprego fixo e não confirmaram se ele seria garoto de programa.