Por volta das 3h de ontem, um caixa no quiosque de um posto às margens da Via Expressa foi explodido por assaltantes. O valor roubado não foi informado. Duas horas antes funcionários do posto já haviam sido dominados por dois homens armados, que fugiram com R$ 800. Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social, de janeiro a abril foram 102 ataques a caixas eletrônicos.
Câmeras do circuito interno de segurança do estabelecimento flagraram os ataques . Os quatro bandidos que explodiram o caixa chegaram ao posto a pé, usando blusas de frio com capuz. Dois renderam os frentistas e clientes e os outros dois foram para o quiosque, no fundo. Algumas cédulas foram destruídas na explosão e ficaram espalhadas no chão do posto.
O superintendente da rede de postos, que pediu para não ter seu nome nem o do grupo identificados, confirmou que solicitará ao banco a retirada dos caixas em todas as unidades. “Não temos segurança para manter as máquinas. As imagens mostraram o risco que os clientes e meus funcionários enfrentaram essa madrugada. Infelizmente, as pessoas vão ficar sem o serviço, mas não podemos arriscar, parece que a situação está fora de controle”, disse ele.
Ainda segundo o superintendente, no momento em que os criminosos se preparavam para explodir o caixa eletrônico, um caminhoneiro descarregava combustível, sem desconfiar da intenção da quadrilha, conforme mostraram as câmeras de vigilância. As gravações mostram quando o motorista tomou um tapinha dos ladrões nas costas, alertando sobre a explosão. Ele só entendeu o que estava acontecendo depois do estouro e correu assustado.
Clientes que chegavam em dois carros para abastecer também entraram em pânico quando os destroços voaram. Acobertando os comparsas, um dos assaltantes impediu os ocupantes de correrem, obrigando-os a voltar para os veículos. Um dos carros ficou com os vidros estilhaçados. O Grupo de Ações Táticas Especial (Gate) vasculhou o local.
O capitão Silvano Domingos Aleixo, chefe da sessão de comunicação organizacional do 39º BPM, disse que foi o sexto ataque a caixas eletrônicos registrado em Contagem neste ano, o terceiro neste mês. O oficial explicou que os crimes de explosões e arrombamentos cresceram em todo o país. “Em Contagem, tivemos o roubo de explosivos em uma mineradora, que pode ter favorecido essas últimas ocorrências na cidade. Mas a Polícia Militar está trabalhando em parceria com a Polícia Civil e o Exército para prender as organizações criminosas”, disse Silvano. De acordo com o oficial, as reuniões entre os setores de segurança e representantes das mineradoras e pedreiras são periódicas para traçar planos que impeçam o acesso de criminosos aos explosivos.
Apreensão
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro), Paulo Miranda Soares, afirmou ontem estar preocupado com a situação. "Os postos sempre foram alvos de assaltantes devido à quantidade de dinheiro e exposição do estabelecimento. No momento, os caixas eletrônicos só nos deixam mais apreensivos", disse. Ele chama a atenção para a Lei Municipal 10.128, de 18 de março de 2011: “Ela prevê que os bancos providenciem sistemas de segurança para os caixas. Na época, ficamos satisfeitos, pois era mais segurança. Mas em momento algum ela foi colocada em prática”.
Em Piracema, seis homens chegaram de carro à agência do Banco do Brasil, no Centro da cidade, e destruíram uma máquina. A Polícia Militar não soube informar a quantidade de dinheiro levada, mas afirmou que os bandidos conseguiram abrir o equipamento. Ninguém foi preso. Moradores informaram à polícia terem visto os criminosos fortemente armados fugindo em um Honda Civic prata, sentido BR-381.
Dinamite
Três pessoas foram presas pela Polícia Federal em Três Corações com 190 bananas de dinamite roubadas em São Tomé das Letras, no Sul de Minas. Também foram apreendidos pavios, estopim e espoletas. O material seria usado em assaltos a caixas eletrônicos, segundo agentes da PF em Varginha.