A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) demitiu ontem 133 funcionários com contratos administrativos e convocou concursados para substituí-los. A Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que a greve dos servidores, iniciada no dia 14, não afeta o atendimento e a população não está prejudicada, pois não há hospitais trabalhando em escala mínima. “Dos cerca de 13 mil servidores da Fhemig, aproximadamente 10% aderiram à paralisação. Em oito dos 21 hospitais da rede nenhum servidor aderiu à greve. Além disso, a paralisação não inclui os médicos e se restringe a enfermeiros e técnicos de enfermagem”, informa nota da SES. “O governo de Minas reafirma que sempre esteve aberto a negociações”, acrescenta.
O diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde (SindSaúde), Renato Barros, disse que a Fhemig já vem fazendo, há algum tempo, a substituição dos contratos administrativos pelos concursados. “Faremos a defesa de todos os trabalhadores demitidos na ilegalidade. Agora, não temos como questionar aqueles que estão sendo nomeados em substituição aos contratos administrativos”, afirma. Segundo ele, a greve continua e a próxima assembleia está marcada para a quarta-feira da próxima semana.
De acordo com a SES, o diálogo e as negociações com sindicatos acorrem desde fevereiro. No dia 19, durante mais uma rodada de negociação com dirigentes da Asthemg e do SindSaúde, o governo apresentou proposta que atende reivindicações das entidades, com a concessão de reajustes salariais e de benefícios relativos à gratificação complementar, insalubridade, adicional noturno e de emergência. “A implementação das medidas implicará impacto anual de R$ 100 milhões no orçamento da SES”, informa a nota.
De acordo com a proposta apresentada, a gratificação complementar concedida a auxiliares de apoio, técnico operacional, enfermeiros e analistas de gestão e assistência à saúde da Fhemig aumentará de 20,7% para 30% a partir de agosto deste ano. A gratificação complementar aumenta para 40% em agosto de 2013 e para 50% em agosto de 2014. Outra proposta é aumentar em 330% a base de cálculo da insalubridade, que passaria de R$ 200 para R$ 660, além de adicional noturno de 20% sobre o valor da hora noturna para servidores que têm direito aos benefícios.
Outra sinalização é o aumento de 50% no valor do adicional de emergência, concedido a todos os profissionais do setor de urgência e emergência na Fhemig. Em relação aos profissionais que atuam na Fundação Hemominas, será criada uma gratificação complementar para equiparar o valor final da remuneração (composta pelo vencimento básico e gratificação complementar) com os profissionais da Fundação Hospitalar, contemplando auxiliares, assistentes técnicos e analistas de hematologia e hemoterapia.