No recurso, os servidores argumentaram que as demissões foram motivadas pela adesão dos funcionários à greve que já dura 26 diasSegundo a categoria, as dispensas foram feitas por telefone e e-mail pela Fhemig em um prazo menor que 30 diasAlém disso, os servidores não foram submetidos a exames demissionais
Em 1ª Intância, o juiz Manoel dos Reis Morais negou o pedido sob o argumento que o “fato de os servidores se encontrarem em greve não inibe a possibilidade de dispensa do serviço público, porque a contratação é temporária e visa atender à necessidade urgente do próprio serviço públicoPortanto, a partir do instante em que a Administração pública entende que o pacto não mais lhe é útil (em sua discricionariedade), pode rompê-lo”
O desembargador Edgard Penna Amorim, da 8ª Câmara Cível manteve a sentença de primeira instânciaEle entendeu que, ainda que se supusesse ter ocorrido a rescisão dos contratos independentemente de prévia comunicação, “não lhes asseguraria, à primeira vista, o imediato retorno às funções, senão apenas a percepção das parcelas remuneratórias relativas ao período em que teriam sido prematuramente dispensados”No entanto, não havia nos autos indícios de que os contratos haviam sido verbalmente rescindidos nem que o pagamento dos vencimentos fora suprimido
Recurso no STJ
Na última sexta-feira, o desembargador Eduardo Andrade, da 1ª Câmara Cível do TJMG, determinou, em caráter liminar, que os servidores grevistas prestem atendimento aos chamados serviços indispensáveis e às necessidades inadiáveisO advogado Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde (Sind-Saúde), Carlos Torezani, entrou com recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para tentar reverter contra a decisão
Com a decisão, o sindicato deverá garantir as seguintes escalas: 100% do quadro de pessoal nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e nos Centros de Tratamento Intensivo, 100% do quadro de pessoal nas Unidades de Urgência/Emergência, 100% do quadro de pessoal nos blocos cirúrgicos e mínimo de 50% de servidores nos demais locais de trabalho nos hospitais administrados pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig)
Negociações
Os servidores estão parados desde o dia 14 de junhoEles exigem reajuste salarial igual para todos os profissionais da saúde, revisão do plano de carreira, pagamento de direitos trabalhistas a quem tem direito, mais investimento na saúde e redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais para todos sem redução salarial
O governo de Minas propôs aumentar em 330% a base de cálculo da insalubridade, de R$ 200 para R$ 660Ofereceu pagamento adicional noturno de 20% sobre o valor da hora noturnaOutro benefício seria o aumento em 50% do valor do adicional de emergênciaTambém tentou negociar a gratificação complementar concedida a auxiliares de apoio, técnico operacional, enfermeiros e analistas de gestão e assistência aumentando de 20,7% para 30% a partir de agostoJá a gratificação complementar passaria para 40% em agosto de 2013 e para 50% em agosto de 2014Porém, os grevistas recusaram as propostas
(Com informações de Luana Cruz)