A greve dos servidores estaduais da saúde segue mantida por tempo indeterminado em Minas Gerais. Na noite desta terça-feira, na segunda assembleia realizada pela categoria no dia, os trabalhadores decidiram manter o movimento até que o governo formalize com documento as propostas apresentadas. Com a decisão dos trabalhadores, as secretarias da Saúde e do Planejamento e Gestão cancelaram a reunião agendada para esta quarta-feira, quando seria dada continuidade às negociações.
De acordo com o diretor do Sindicato Único dos Trabalhadores em Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde/MG), Renato Barros, o governo condicionou as propostas oferecidas ao encerramento imediato da greve. “Os trabalhadores aceitam o que foi proposto, mas só encerra a greve com um documento assinado do governo garantindo o cumprimento das medidas”, disse. Outro ponto que preocupa os trabalhadores é o governo não ter se manifestado sobre o desconto dos dias parados pelos grevistas.
Ainda de acordo com o diretor do Sindicato, Renato Barros, a categoria ainda não definiu quais serão os próximos passos do movimento grevista. Uma nova assembleia deverá ser convocada.
Impasse na Justiça
A greve dos servidores, que já dura mais de 20 dias, está cercada de lutas judiciais. Dois processos relacionados à paralisação tramitam na Justiça. Um deles se refere ao cumprimento de uma escala obrigatória em atendimento aos chamados serviços indispensáveis e às necessidades inadiáveis.
Pela decisão de sexta-feira do desembargador Eduardo Andrade, da 1ª Câmara Cível do TJMG, o Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde (Sind-Saúde) deve garantir as seguintes escalas: 100% do quadro de pessoal nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e nos Centros de Tratamento Intensivo, 100% do quadro de pessoal nas Unidades de Urgência/Emergência, 100% do quadro de pessoal nos blocos cirúrgicos e mínimo de 50% de servidores nos demais locais de trabalho nos hospitais administrados pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig). (Luana Cruz)