Em julho o vento está bom para soltar pipa. Alguns, desavisada ou cruelmente, optam por fazer isso com cerol. Essa ação, além de outras consequências negativas, pode, por exemplo, machucar ou mutilar um pássaro. Para a salvação dessas aves, alguns cidadãos tentam ajudá-las, entregando-as à Polícia Militar do Meio Ambiente, Ibama ou clínicas veterinárias.
Mas não são apenas as aves voando próximo às pipas que são vítimas. Algumas são traficadas, abandonadas, machucadas, estão doentes e, entre elas, muitas em extinção. Em BH e região metropolitana, a maioria tem o mesmo fim, a ONG Asas e Amigos, mantida pelo veterinário Marcos de Mourão Motta.
Proprietário de uma clínica veterinária em BH e de um sítio de 3 mil metros quadrados em Juatuba, Região Metropolitana de BH, Marcos faz da clínica sua fonte de renda e o lugar para receber os animais. Eles chegam por doações, por meio do Ibama ou da Polícia Ambiental. Passam por tratamento ou cirurgia e exames.
Depois, o destino dos animais é decidido. Ou voltam para o hábitat ou são enviados ao criatório no sítio da ONG. “Basicamente, a seleção funciona assim: ameaçados de extinção e mutilados são colocados no criatório para cuidar e evitar a extinção da espécie. É quase uma aposentadoria. Lá, damos todos os cuidados até o fim da vida deles. Os que podem voltar ao hábitat são entregues ao Ibama”, conta o veterinário.
Algumas aves podem ser entregues a outros criatórios. Mas há, aí, dois problemas. A aparência do animal e a infraestrutura. “O foco principal é nos animais silvestres, porque nem todo veterinário os atende. Também dou preferência aos mutilados, sem bico, asa ou perna, ou que nasceram deficientes. Bicho bonito todo mundo quer, feio ninguém quer. Os bonitos acabo doando para outros criatórios.”
Atualmente, quase 350 animais moram no sítio. “Entre os moradores permanentes há as aves silvestres, cervídeos (veados catingueiros), uma mulazinha queimada por um carroceiro, 50 gatos, 40 cachorros, 250 aves e um jabuti”, calcula o veterinário. Há mais aves na clínica e várias já foram devolvidas à natureza ou enviadas a outros criatórios.
Trabalho raro
Médico veterinário há 25 anos, Marcos é um dos poucos em sua área que lidam com animais silvestres. Calcula que, em BH, apenas outros seis médicos atendam esses bichinhos. Já os machucados, provavelmente, só ele recebe para cuidar e criar.
Com a ajuda de três funcionários no sítio e uma conta de R$ 14 mil por mês gastos em comida, remédio e tratamento, Marcos banca tudo sozinho. Sem reclamar, diz apenas que é da clínica que tira o sustento de sua família: os 350 animais. E não pretende parar.
Mas o futuro é preocupante. “Hoje são 350 animais. Amanhã podem ser 500 e depois, 800. Não vou fechar a porta para nenhum animal, mas preciso de parcerias sim e toda ajuda será bem-vinda”, avisa Marcos.
Mas não são apenas as aves voando próximo às pipas que são vítimas. Algumas são traficadas, abandonadas, machucadas, estão doentes e, entre elas, muitas em extinção. Em BH e região metropolitana, a maioria tem o mesmo fim, a ONG Asas e Amigos, mantida pelo veterinário Marcos de Mourão Motta.
Proprietário de uma clínica veterinária em BH e de um sítio de 3 mil metros quadrados em Juatuba, Região Metropolitana de BH, Marcos faz da clínica sua fonte de renda e o lugar para receber os animais. Eles chegam por doações, por meio do Ibama ou da Polícia Ambiental. Passam por tratamento ou cirurgia e exames.
Depois, o destino dos animais é decidido. Ou voltam para o hábitat ou são enviados ao criatório no sítio da ONG. “Basicamente, a seleção funciona assim: ameaçados de extinção e mutilados são colocados no criatório para cuidar e evitar a extinção da espécie. É quase uma aposentadoria. Lá, damos todos os cuidados até o fim da vida deles. Os que podem voltar ao hábitat são entregues ao Ibama”, conta o veterinário.
Algumas aves podem ser entregues a outros criatórios. Mas há, aí, dois problemas. A aparência do animal e a infraestrutura. “O foco principal é nos animais silvestres, porque nem todo veterinário os atende. Também dou preferência aos mutilados, sem bico, asa ou perna, ou que nasceram deficientes. Bicho bonito todo mundo quer, feio ninguém quer. Os bonitos acabo doando para outros criatórios.”
Atualmente, quase 350 animais moram no sítio. “Entre os moradores permanentes há as aves silvestres, cervídeos (veados catingueiros), uma mulazinha queimada por um carroceiro, 50 gatos, 40 cachorros, 250 aves e um jabuti”, calcula o veterinário. Há mais aves na clínica e várias já foram devolvidas à natureza ou enviadas a outros criatórios.
Trabalho raro
Médico veterinário há 25 anos, Marcos é um dos poucos em sua área que lidam com animais silvestres. Calcula que, em BH, apenas outros seis médicos atendam esses bichinhos. Já os machucados, provavelmente, só ele recebe para cuidar e criar.
Com a ajuda de três funcionários no sítio e uma conta de R$ 14 mil por mês gastos em comida, remédio e tratamento, Marcos banca tudo sozinho. Sem reclamar, diz apenas que é da clínica que tira o sustento de sua família: os 350 animais. E não pretende parar.
Mas o futuro é preocupante. “Hoje são 350 animais. Amanhã podem ser 500 e depois, 800. Não vou fechar a porta para nenhum animal, mas preciso de parcerias sim e toda ajuda será bem-vinda”, avisa Marcos.