Após a confirmação de 38 casos e 15 mortes causadas pelo vírus H1N1, quatro vezes mais que no ano passado, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) prepara uma campanha de mídia para reforçar entre a população os conceitos de prevenção da gripe, como lavar as mãos, usar lenços para espirrar e buscar o atendimento médico quando sintomas como febre alta e tosse persistirem.
O subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde, Carlos Alberto Pereira Gomes, não considera que a campanha esteja sendo feita tardiamente“Tínhamos uma campanha de vacinação em curso e nosso entendimento é que a campanha nacional de imunização chamaria a atenção da população para esses cuidadosTalvez essas medidas não tenham sido tão enfatizadas”, admite, ressaltando que cabe às escolas, famílias e meios de comunicação difundir as formas de prevenção ao H1N1
Nessa quarta-feira, mais quatro mortes foram confirmadas em Minas pela Superintendência de Vigilância Epidemiológica nas cidades de Cabo Verde, na Região Sul, Frutal, Limeira do Oeste e Uberaba, todas no Triângulo MineiroAinda estão sob investigação 46 casos suspeitos de ser Influenza A H1N1Segundo a SES, a faixa etária com maior índice de óbitos é a de 40 a 60 anos – sete das 15 mortes – e 80% das vítimas tinham algum problema de saúde crônico associado, como diabetes e cardiopatia
“Os estudos epidemiológicos mostram que essa faixa etária é a que tem a maior incidência de comorbidadePor isso não podemos ter como única referência a idade, mas o estado de saúde do pacienteOs casos graves”, explica Tânia Marcial, infectologista e assessora da Subsecretaria de Vigilância e Proteção à Saúde, lembrando que todas as pessoas que morreram em decorrência do H1N1 não tinham sido vacinadas.
As regiões mais frias do estado concentram a maior parte dos infectadosSão 13 casos confirmados no Triângulo Mineiro e 10 casos na Região Sul, o que, segundo infectologistas, é esperado pela comunidade médica“O clima frio e úmido e o fato de as pessoas passarem a maior parte do tempo em ambientes fechados contribui para a sobrevivência e disseminação do vírus”, afirma Carlos Alberto Pereira Gomes.
Tratamento
A corrida pela vacina da gripe não adianta mais
Sul do país preocupa governo
O avanço da Gripe A no Sul do país, com o registro de mais de 1,3 mil casos e 87 mortes nos três estados da região, levou o governo federal a mudar a estratégia de prevenção e combate ao vírus H1N1, causador da doençaEm vez de priorizar a vacinação, como vinha fazendo, a orientação à população passa a ser que aja rapidamenteA recomendação foi dada ontem pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em um programa de rádioSegundo ele, aparecendo os sintomas, o doente deve procurar um médico para saber se precisa usar o remédio adequado, o Oseltamivir, conhecido com o nome comercial de TamifluA indicação é que as pessoas não se tratem em casa e só usem o medicamento sob orientação médica, diante do surgimento dos sintomas
O Ministério da Saúde informou que esse protocolo está em vigor desde o fim do ano passado, mas o aumento do número de casos da gripe A levou as secretarias a agilizarem a distribuição do medicamento nas unidades de atendimento nos últimos dias
População amedrontada
Com 600 casos confirmados e 47 mortes, Santa Catarina é o estado da Região Sul mais afetadoNo Rio Grande do Sul, a secretaria estadual de saúde divulgou segunda-feira que 23 pessoas já haviam morrido vítimas da doença e o número de casos chega a 145O medo da contaminação é tamanho que ontem cerca de 5 mil pessoas formaram filas quilométricas em Santa Rosa, no Noroeste gaúcho, na tentativa de se vacinarSegundo a Secretaria Municipal de Saúde, a cidade recebeu um novo lote com 9 mil doses do Ministério da Saúde na terça-feira e algumas pessoas teriam passado a noite na fila à espera de receber o medicamento ontemA prioridade é vacinar o grupo de risco, que inclui gestantes, crianças de 6 meses a 2 anos, idosos e portadores de doenças crônicas.
A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo confirmou 66 casos neste anoPor se tratar de uma gripe, a maioria das pessoas, segundo a secretaria paulista, não procura auxílio médico e só casos graves são notificadosJá são 14 óbitos no ano pela doençaNa pandemia de 2009 foram 600 mortes no estado(Com agências)