Salinas – Se Minas tem cidades que foram privadas de seus rios pela construção de hidrelétricas, caso de Aimorés, no Vale do Rio Doce, outras viram seus cursos d’água sumir lentamente devido à degradação
Na zona rural de Salinas não é difícil constatar o resultado que a exploração sem critérios já produziuEle aparece sob a forma de leitos vazios, tomados por areia ou pedrasÉ a situação do Rio Jurucutu, na localidade homônima“Esse rio corria cheio o ano inteiro
A situação se repete no Rio Tabocas, que passa junto ao distrito de Ferreiropolis O lavrador Vilmar Sarmento, de 59, lembra que há 30 anos era bem diferente“O rio era cheio quase o ano inteiro
Só Deus
O Rio Vacaria, que corta vários municípios da região, já foi considerado caudalosoHoje seu volume diminuiu muito com o assoreamentoEm vários trechos, só se destacam as pedras e bancos de areiaÉ assim nos fundos da propriedade de Graziano Mendes Spindola, de 58, no município de Fruta de Leite“Já teve muita águaAgora, só Deus para fazer o Vacaria voltar a correr como antes”, acreditaSua vizinha, a agricultora Celsina Pereira de Souza, de 43, que mora na outra margem, já no município de Padre Carvalho, culpa o plantio de eucalipto“O medo agora é de secar de vezAí, vamos ter que sair daqui”, preocupa-se
A empresa Sul Americana Metais (SAM), do Grupo Votarantin, anunciou que vai construir uma barragem no rio, com investimento de R$ 80 milhões, para garantir a oferta de água para um mineduto, visando o escoamento do minério de ferroMoradores têm esperança de que isso possa melhorar a vazão no leito. (LR)