Uma rua aparentemente pacata, com guarita que informa sobre vigilância armada e eletrônica, sinalizada por placa que indica monitoramento 24 horasNada disso foi suficiente para impedir mais um assalto no Bairro Mangabeiras, no que já é classificado como uma onda de violência que assusta moradoresAs últimas vítimas sofreram mais que perdas patrimoniais: enfrentaram momentos de terror sob ameaça de criminosos, em uma das áreas mais nobres da Região Centro-Sul da capitalAssaltantes armados invadiram a casa, na Rua Comendador Viana, e mantiveram pai e filho sob a mira de uma pistola automática e um revólverForam cerca de 10 minutos de ameaças e agressõesA situação só foi contornada porque o filho mais novo percebeu o momento que o pai foi rendido e ligou para a PMQuatro ladrões foram presos, mas a ação não foi suficiente para contornar o medo de moradores, que cobram atitude mais enérgica da Polícia Militar
O ataque que contribuiu para aumentar a preocupação da vizinhança, já claramente demonstrada pelas placas que informam sobre a segurança particular, começou por volta das 7h30O dono da casa, que é engenheiro e tem 62 anos, mora com dois filhos no endereço há 10 anos e nunca tinha tido problemas com assaltosComo faz diariamente, ele saiu de casa por volta das 6h30 para caminharUma hora depois, quando colocou a chave para entrar em casa, foi abordado por dois homens que o empurraram para dentro e fecharam o portão
“Eles me chamaram de velho abusado e quebraram o vidro para entrar”, relatou o engenheiroOs criminosos abriram o portão da garagem e mais dois ladrões entraram com um carro, roubado no Bairro São Lucas, Centro-Sul da capitalOs quatro criminosos começaram a aterrorizar pai e o filho mais velho, de 32 anos, que também desceu para ver o que estava acontecendo“Tomei um tapa na cara, mas não reagiMeu pai ficou amarrado e eu fiquei do lado dele no quarto de hóspedes, enquanto eles pegavam tudo o que conseguiamA todo momento pediam dinheiro”, relatou Segundo o dono da casa, um dos criminosos perguntou se ele tinha alguma filha, provavelmente com a intenção de cometer estupro“Há pouco tempo aconteceu um caso desses aqui na região, e eles também são suspeitos”, contou.
A família só foi salva porque o outro filho do engenheiro percebeu o assalto logo no início e conseguiu saltar para a casa vizinha, de onde telefonou para a polícia
Prisão e covardia
Entre os presos, que não se acanharam em exibir sorrisos ao serem apresentados pela polícia, um dos adultos, Caique Moura, tem passagens por homicídioO menor de 16 já foi apreendido várias vezes, por crimes diversos, e estava com um mandado de busca e apreensão em aberto
Os assaltantes foram descritos pelas vítimas como extremamente violentos “A covardia deles foi tão grande que pensei que morreriaNão tenho a mínima intenção de correr o risco mais uma vez, não quero enfrentar essa situaçãoPretendo sair desta casa”, disse, com lágrimas no rosto, o engenheiro de 62 anos, que levou sete pontos na cabeça e cinco no rosto, devido às coronhadasSeu filho que conseguiu chamar a polícia disse que o medo tem sido companheiro na vizinhança“Todo dia a gente fica sabendo de alguma coisa nesta rua, então sempre fico mais esperto Parece que estamos só esperando a nossa vez”, desabafa o estudante, dizendo que a casa dele é a 12ª roubada na via.