Outra infecção que ataca as crianças no inverno, de acordo com a médica, é a bronqueoliteUma inflamação nos brônquios com sintomas semelhantes à bronquite: falta de ar, tosses e chiados“Parece uma bronquite, mas é uma evolução do quadro do próprio vírus da gripe”, explica a pediatraPara os pequenos, há indicações específicas para evitar e tratar a gripe“Quando o quadro é mais leve, e geralmente é, pois são poucos os casos mais graves, a orientação é hidratar bem, porque a gente não tem medicação para crianças pequenas”, diz HelenaPara os bebês, o ideal é amamentação no seio para proteger contra infecçõesCrianças fora da amamentação devem consumir proteínas como carne, leite e ovo, frutas e comidas cruas para conseguir mais vitaminas.
AMBIENTES FECHADOS
Nos postos de saúde de BH, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a incidência de doenças respiratórias geralmente aumenta no inverno devido à maior permanência das pessoas em ambientes fechados, o que facilita a propagação dos vírusFoi observado um aumento de 30% na procura das unidades de pronto atendimento (UPAs) por motivo de doenças respiratórias típicas de invernoEsse aumento é observado todos os anos neste período
Dicas contra resfriados
Umidificar e deixar o ambiente sempre arejado e ventilado;
Evitar contato direto com animais domésticos;
Evitar fumar ou manter contato com a fumaça do cigarro;
Manter cortinas, tapetes e bichos de pelúcia sempre limpos;
Evitar perfumes, produtos de limpeza ou materiais com odores muito fortes;
Hidratar a pele;
Limpar chão e móveis com pano úmido;
Evitar varrer a casa, pois a poeira acumulada no chão é pulverizada no ambiente;
Manter uma alimentação saudável;
Ingerir bastante líquido;
Hidratar a mucosa respiratória evita o acúmulo de secreção;
Toalete respiratória: usar lenço ou papel e sempre lavar as mãos após espirrar.
(Fonte: Secretaria Municipal de Saúde)
Acesso ao Tamioflu vira 'lei'
Tamiflu à mão em todas as cidades mineirasA partir de agora, os municípios serão obrigados a oferecer o remédio em todas as unidades de pronto-atendimento, 24 horas por diaOnde não houver rede com funcionamento em tempo integral, uma referência técnica, como o médico, o enfermeiro ou o secretário de saúde, será o responsável por disponibilizar o medicamento imediatamente quando for constatada qualquer suspeita da gripe H1N1As medidas servem para evitar o tratamento tardio – em caso de suspeita, o ideal é tomar a medicação nas primeiras 48 horas – e fazem parte das novas recomendações adotadas pela Secretaria de Estado da Saúde para o combate à doençaO pacto com os municípios foi firmado ontem, em Belo Horizonte.
Os pronto-atendimentos da rede particular de saúde também contarão com o medicamento nos próximos diasDe acordo com o subsecretário de Estado de Políticas e Ações de Saúde, Maurício Botelho, 50% das cidades já solicitaram o medicamentoQuem ainda não fez o pedido será contactado por telefone para agilizar o procedimento“O processo de ataque e manejo da doença muda muito poucoEstamos, basicamente, relembrando e aprimorando a rede de atenção”, afirma Botelho.
As medidas tomadas pela SES antecipam uma tendência nacional
Em todo o estado, 41 pessoas foram infectadas pelo vírus H1N1 e 15 morreram desde o começo do anoOutros 46 casos e um óbito estão sendo investigadosO infectologista da SES Frederico Figueiredo Amâncio garante que não haverá uma nova campanha para vacinação em massa“Não há pandemia, ao contrário de 2009, quando não havia medicamento disponível e tivemos de elencar grupos prioritáriosAgora, o Tamiflu estará disponível em todas as unidades de saúde, gratuitamente, e também nas farmácias”, garante.
A Superintendente de Assistência Farmacêutica da secretaria, Renata Macedo, acrescenta que a mudança na prescrição do Tamiflu também facilitou o acesso ao remédio“O tratamento era mais restrito e precisávamos de uma série de documentos para indicá-loNeste ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mudou as regras e, hoje, basta a prescrição do médico”, afirma.
O vice-presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Carlos Starling, diz que o novo protocolo é importante para que os próprios profissionais saibam onde o medicamento está disponível“As infecções por vias aéreas sempre ocorrem nesta época do anoMas, vivemos, neste momento, uma situação bem mais favorável que em 2009Tivemos uma cobertura vacinal que torna mais difícil a circulação do vírus e há possibilidade de tratar mais cedo, por causa da disponibilidade na rede pública e nas farmácias”, relataEle chama atenção ainda para os efeitos da vacina: “O indivíduo pode ter influenza, síndrome respiratória ou outro problema nas vias aéreasEntão, não é porque se vacinou contra a gripe que a pessoa não está sujeita a outra doença dessa natureza”.
CUIDADOS BÁSICOS
Starling acrescenta que o vírus se modifica, mas não há qualquer estudo apontando que ele se torna mais agressivoEm caso de quadro gripal, as recomendações continuam sendo as de cuidados básicos, como evitar frequentar ambientes com aglomeração de pessoas, lavar as mãos, separar os objetos em casa, cobrir o rosto quando tossir ou espirrar“Em caso de febre, mal-estar ou dificuldade respiratória, procurar imediatamente a assistência médica”, ressalta o infectologista