Jornal Estado de Minas

Justiça determina que estudante acusado de matar professor seja internado

O juiz Ronaldo Batista de Almeida, substituto da Vara de Execuções Criminais (VEC), acolheu o parecer do Ministério Público e expediu um mandado de internação para o estudante

João Henrique do Vale

Amilton Loyola Caires, de 23 anos, deixou a cadeia na última quarta-feira - Foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A.Press


A Justiça determinou, na tarde desta sexta-feira, que o estudante Amilton Loyola Caires, de 23 anos, que matou o professor Kássio Vinícius Castro Gomes, de 39 anos, dentro do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix, no Bairro de Lourdes, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, volte a ser internado em um centro psiquiátricoO universitário será levado para o Hospital Psiquiátrico e Judiciário Jorge Vaz, em Barbacena, na Região Central do Estado, onde a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) conseguiu, na quarta-feira, uma vaga para ele cumprir a pena

O juiz Ronaldo Batista de Almeida, substituto da Vara de Execuções Criminais (VEC), acolheu o parecer do Ministério Público, que pedia a imediata apresentação do jovem no centro de internação onde a Seds conseguiu a vagaUm mandado de internação foi expedido e encaminhado para as autoridadesAo determinar a retomada do cumprimento da medida de segurança de internação, o magistrado não atendeu ao pedido do advogado de defesa, que havia solicitado o seu cumprimento na Região Metropolitana de Belo Horizonte, por não haver centro de internação nesta região.

O advogado Bruno Mansur Baratz, que defende o estudante, afirmou que ainda não tinha sido informado sobre a decisão e que vai estudar na semana que vem a melhor medida a ser tomada“Injustiça eu nunca aceitei e nunca vou aceitar que seja feito com um cliente meuVou verificar como foi feito essa decisão para depois ver como iremos recorrer”, disse o defensor.

O estudante, considerado esquizofrênico, foi solto no dia 9, pelo juiz titular da Vara de Execuções Criminais (VEC), Guilherme de Azevedo PassosEle não foi condenado por causa da doença e a Justiça aplicou uma medida de segurança, que prevê a internação em unidade psiquiátricaNessa quinta-feira, o Ministério Público solicitou a expedição de um mandado de prisão contra Amilton.

Angustiados com a soltura do estudante, a família do professor Kássio comemora a decisão“Isso não representa a vida do meu irmão de volta, mas fico mais aliviada, principalmente em função da própria sociedadePois criaria um descredito nas pessoas se ele ficasse solto
Faz a gente deixar de acreditar nas instituiçõesAgora, podemos confiar no estado”, afirma a irmã da vítima, Sandra Angélica Castro Gomes.

A unidade onde o jovem será internado é a única no estado especializada em atender criminosos com problemas psiquiátricosEla tem capacidade para 160 presos e atualmente está lotadaNo hospital, os pacientes são supervisionados por sete médicos, sete psicólogos, três psiquiatras e três peritosNormalmente, os presos ficam em celas coletivas, mas, em casos específicos, são isolados

O crime

O assassinato do professor ocorreu em 7 de dezembro de 2010Pouco antes das 19h, Amilton entrou na faculdade e acertou Kássio com uma facada no peitoO estudante fugiu de moto depois do crime, mas acabou preso por militares do Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam) quando retornava para casaDurante depoimento, na época das investigações, o estudante contou que saiu de casa armado com uma faca para “dar um susto no professor”

O universitário foi condenado a três anos de internação em julho do ano passado
A decisão do juiz Glauco Eduardo Soares Fernandes veio depois que o laudo de sanidade mental do acusado que ele é esquizofrênico