A proposta de criação da Subpromotoria de Igualdade Racial em Minas ainda é embrionária, mas tem tudo para se tornar realidade, segundo a promotora de Defesa dos Direitos Humanos Andréa Figueiredo Soares
No dia 9, ocorreu em Brasília a primeira reunião de um grupo de trabalho de igualdade racial, promovido pelo Conselho Nacional do Ministério Público, do qual Andréa Figueiredo faz parteUma das diretrizes do grupo é instalar ou reativar as delegacias especializadas em crimes raciais, que já existem em várias capitais, como no Rio de Janeiro“O MP de todo o país está atento a essa questão Tenho, inclusive, a incumbência de passar todo o trabalho para o Centro de Apoio de Direitos Humanos”, disse a promotora, que esteve recentemente em Salvador (BA) para conhecer o trabalho da Promotoria do Racismo, criada há 15 anos“Foi um aprendizado muito bom e a gente vai ver o que pode ser adaptado em Minas Gerais”, disse Andréa, que ofereceu apoio ao promotor de Contagem para acompanhar as denúncias envolvendo ofensas à menina na escola.
Mudança na lei traz apreensão
O crime de racismo, hoje inafiançável e imprescritível, pode perder status e deixar de ser punido se forem aprovadas integralmente as propostas para a nova redação do Código Penal Brasileiro, elaboradas no Congresso Nacional
No entendimento do grupo de trabalho, o mecanismo que pode fazer com que uma pessoa que furtou um pacote de biscoito não vá parar atrás das grades pode fazer com que alguém que insultou ou cerceou direitos do outro por racismo não responda pelo crimeEspecialistas acreditam que esse entendimento abre uma porta para quem quer reduzir a importância do crime de racismo.