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Estado de Minas

Entidade que acolheu adolescente abrigou centenas de pessoas e precisa de auxílio

Nosso Lar necessita de ajuda para manter quadro de funcionários e medicação dos pacientes


postado em 22/07/2012 07:20 / atualizado em 22/07/2012 07:54

Do leito 4 no João XXIII, Robert se mudou para um quarto só dele: o rádio é o companheiro matinal e Ben 10 o herói favorito(foto: Rodrigo Clemente/Esp. EM/D.A Press)
Do leito 4 no João XXIII, Robert se mudou para um quarto só dele: o rádio é o companheiro matinal e Ben 10 o herói favorito (foto: Rodrigo Clemente/Esp. EM/D.A Press)


A entidade que acolheu Robert já deu abrigo a centenas de crianças, adolescentes e adultos portadores de paralisia cerebral. Fundada há 30 anos, o Nosso Lar, no Bairro Jardim Guanabara, na Região Norte, se mantém graças a doações e ao trabalho de voluntários. A entidade mantém um pequeno convênio com a prefeitura, que garante os itens básicos da dispensa – como arroz, feijão e açúcar – e recebe ajuda restrita da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese). Para manter em seu quadro de funcionários cuidadores, enfermeira, fisioterapeuta e fonoaudióloga e ainda assumir toda a despesa com a medicação dos 17 pacientes, o Nosso Lar precisa de apoio.

“Pedir dinheiro ficou mal visto por causa do que chamam de ‘pilantropia’. O mal uso dos recursos por outras instituições nos prejudicou demais”, conta a fundadora, uma senhora de 79 anos que prefere se manter no anonimato. Ela conta que o Nosso Lar começou dentro da casa de seus pais, um casal vindo do Espírito Santo em 1941 e que criou raízes em Belo Horizonte. “Meus pais sempre ajudaram pessoas em dificuldades financeiras, com problemas de saúde. Sempre criaram filhos dos outros e o último tinha paralisia cerebral. Quando minha mãe morreu ele tinha 8 anos e eu assumi a responsabilidade”, conta a senhora, que optou por não se casar. “Sou mãe e avó solteira e em nenhum momento da vida me arrependi da minha escolha”, afirma.

Prestes a completar oito décadas de vida, sua única preocupação é manter o atendimento aos moradores do Nosso Lar com qualidade. “A doação deveria chamar amor, uma coisa que você sente e pronto, não precisa contar para ninguém”, diz. Para conhecer um pouco mais sobre o trabalho do Nosso Lar basta acessar www.onossolar.com.br.


Memória

Pediatra se transformou em anjo da guarda

Em 10 de março de 1997, o pediatra João Pimenta Freire Filho estava de plantão na emergência do Hospital de Pronto-Socorro João XXIII quando um garotinho chegou agitado e tentando respirar. Daquele dia e durante 12 anos ele seria o anjo da guarda de Robert. Hoje, ao falar sobre o ex-paciente, ele não esconde a mágoa da família. “Já vi muita criança negligenciada, mas chegar a esse ponto de no dia da alta não recebê-la foi a primeira e única vez. O Robert não sofria porque achava que a vida era aquela. Como nós, médicos e enfermeiras, dávamos muito carinho, ele se sentia querido. Ele sempre foi muito mais amado por nós do que pela família”, diz. Para o pediatra, Robert sofreu um duplo abandono. “Inicialmente, houve uma negligência grave. Não sabemos porque uma garrafa de soda cáustica foi deixada na altura dele. Ele ficou sem esôfago e nossa luta era para restabelecer uma via de alimentação. Primeiro tentamos fazer um tubo com o estômago para substituir o esôfago. Não deu certo. Depois, tentamos com uma parte do intestino grosso, mas foi complicado porque o tecido não tem o peristaltismo necessário para a deglutição”, conta o médico. Mesmo assim, o fato de poder engolir pequenas quantidades já deu um pouco de sabor à vida do garoto. “Isso era importante porque ele vivia doido para comer. Nas festinhas da pediatria, ele queria experimentar como as outras crianças”, explica o pediatra, torcendo para que Robert seja bem tratado e encontre pessoas que lhe deem carinho.


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