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Estado de Minas

Família de casal que caiu no Rio Paraopeba acompanha buscas

Os parentes sofrem com a agonia de não poder enterrar o casal. A mulher foi encontrada na segunda-feira, mas os familiares vão esperar o resultado da busca pelo homem para organizar o enterro


postado em 24/07/2012 11:46

(foto: Edesio Ferreira/EM DA Press)
(foto: Edesio Ferreira/EM DA Press)

Dois dias depois que o Focus, placa HLZ-5477, caiu no Rio Paraopeba, em Juatuba, Região Metropolitana de Belo Horizonte, a família das vítimas ainda sofre com a agonia de não poder enterrar seus entes. No carro estavam Márcia Geralda Caetano, 45, e José Carlos Caetano, 55 anos. Mesmo após a descoberta do corpo de Márcia, encontrado na manhã de segunda-feira pelo Corpo de Bombeiros, familiares ainda aguardam o resultado das buscas por José para que o casal possa ser velado e sepultado ao mesmo tempo. O enterro está planejado para acontecer no Cemitério Belo Vale, em Santa Luzia, na Grande BH, contudo a data e horário ainda não foram definidos.

Enquanto isso, familiares permanecem às margens do rio, embaixo da ponte onde o veículo caiu, aguardando uma conclusão para o drama que atingiu a família. “Até acharem e liberarem o corpo vamos ficar aqui”, destaca a irmã de José, Degmar Caetano da Silva.
No terceiro dia de buscas, o discurso da família já era bem diferente do que se ouvia na segunda-feira. Após um dia inteiro procurando sem sucesso pelo irmão, Degmar não apresentava mais a esperança de encontrar José vivo, como tinha no primeiro momento.

Quatro mergulhadores do 2º Batalhão do Corpo de Bombeiros estão vasculhando um trecho de aproximadamente um quilômetro do Paraopeba. Dessa vez, as buscas se concentram nas proximidades da Usina Hidroelétrica Igarapé, da Cemig. Segundo o cabo Jefferson, do Pelotão Ceasa, o corpo poderia ter sido levado pela correnteza até a represa da usina ou ter ficado preso em alguma galhada.

Ele ainda explicou que mesmo parecendo ser tranquilo em sua superfície, o Paraopeba pode ser muito perigoso para quem cai em suas águas. “A profundidade dele varia. Em alguns trechos ele chega a ter de cinco a sete metros de profundidade, em outros lugares até oito. Aqui em cima ele é calmo e parece que não puxa, mas lá embaixo, no fundo do rio, a correnteza chega a 20, 25 Km/h”, afirma.

O motorista perdeu o controle da direção na BR-262 após ser fechado por outro veículo e o carro caiu no rio. De acordo com o relato de testemunhas, José teria nadado até o meio do rio após ter saído do carro. O cabo do Corpo de Bombeiros explica que, aparentemente, a vítima se deixou levar pelo desespero. “A calma é imprescindível nessas horas. Se ele tivesse respirado fundo e se acalmado, talvez ele tivesse sobrevivido”, comenta.

Considerando que José saiu do local do acidente, os militares vasculham outras áreas para onde o corpo poderia ter sido levado. “Os mergulhadores foram à meia profundidade até o nível do rio. Eles também se deixaram levar em pontos onde a correnteza estava puxando para ver qual o sentido da água. Se eles encontrassem com galhadas, eles observavam a região, balançando os galhos, para ver se encontravam algo”, relata. “O Paraopeba é suntuoso e sinuoso e é nas curvas que a correnteza dele é mais constante”, completa o militar.

(foto: Edesio Ferreira/EM DA Press)
(foto: Edesio Ferreira/EM DA Press)


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