O desmoronamento da encosta no Buritis foi tema de debate ontem à noite, promovido pelo IbapeO diretor técnico do instituto, Clémenceau Chiabi Saliba Júnior, explicou que o objetivo da reunião não era definir responsáveis pelo acidente, mas analisar e debater os laudos existentes, os relatórios geotécnicos, hidráulicos, de controle e monitoramento de movimentação da região para obter uma fundamentação técnica
O encontro ocorreu na sede do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea-MG), no Santo Agostinho, Região Centro-Sul de BH, e reuniu engenheiros avaliadores e peritos, além de estudantes do curso de pós-graduação da entidade para formação de profissionais da área“A discussão em torno do que aconteceu no Buritis vai permitir que os engenheiros e peritos possam identificar os fatores que motivaram esse acidente, antes do período chuvosoE isso é de extrema importância para evitar novas tragédiasEsclarecer as causas do ponto de vista técnico vai auxiliar na prevenção e verificação dos riscos”, explicou Frederico.
Para o presidente do Ibape-MG, o acidente do Buritis fomentou as discussões em torno das áreas de risco em Belo Horizonte, que não se limitam a vilas e favelas“As pessoas viram que imóveis em bairros de classe média também podem fazer parte da área de riscoHoje temos propostas de leis no Legislativo municipal para criação de um banco de dados com todos os projetos de edificações a serem implantados na cidadeA vistoria cautelar dos impactos na vizinhança para liberação de novos empreendimentos é outra sugestão
MEMÓRIA: Instabilidade e desmoronamento
O Condomínio do Edifício Vale dos Buritis, na Rua Laura Soares Carneiro, no Bairro Buritis, Oeste de BH, foi interditado em outubro de 2011, depois que moradores chamaram a Defesa Civil por temer um desmoronamento com o início do período chuvosoDois prédios vizinhos também foram lacrados: o Art de Vivre e outro ainda em construçãoVazio, o Vale dos Buritis desabou em 10 de janeiroCinco dias depois, o vizinho Art de Vivre foi demolido, após decisão da JustiçaNo último lance da batalha judicial que se seguiu aos problemas estruturais, liminar expedida em 21 de julho determinou que a construtora Podium Engenharia iniciasse obras para garantir a estabilidade da área afetada