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Estado de Minas

Novo alerta de risco aos moradores no Buritis

Especialista adverte que são necessárias mais obras na área do desabamento a fim de evitar outros acidentes


postado em 03/08/2012 06:00 / atualizado em 03/08/2012 06:37

Situação da encosta e composição do subsolo ainda demandam atenção(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press %u2013 26/6/12)
Situação da encosta e composição do subsolo ainda demandam atenção (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press %u2013 26/6/12)
Imóveis da Rua Laura Soares Carneiro, no Buritis, Região Oeste de Belo Horizonte, onde um prédio desabou e outro foi demolido no início do ano, ainda correm risco de ser afetados pela instabilidade do terreno. O alerta é do engenheiro Frederico Correia Lima, presidente do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de Minas Gerais (Ibape-MG), que chama atenção para as áreas em que o subsolo é composto por filito (rocha de estrutura fina, em camadas sobrepostas), característico do Buritis e outros bairros no entorno da Serra do Curral. Para o engenheiro, além do acompanhamento técnico das condições locais, são necessárias obras de infraestrutura de contenção, além das que já foram feitas, antes que comece o período de chuvas.

O desmoronamento da encosta no Buritis foi tema de debate ontem à noite, promovido pelo Ibape. O diretor técnico do instituto, Clémenceau Chiabi Saliba Júnior, explicou que o objetivo da reunião não era definir responsáveis pelo acidente, mas analisar e debater os laudos existentes, os relatórios geotécnicos, hidráulicos, de controle e monitoramento de movimentação da região para obter uma fundamentação técnica.

O encontro ocorreu na sede do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea-MG), no Santo Agostinho, Região Centro-Sul de BH, e reuniu engenheiros avaliadores e peritos, além de estudantes do curso de pós-graduação da entidade para formação de profissionais da área. “A discussão em torno do que aconteceu no Buritis vai permitir que os engenheiros e peritos possam identificar os fatores que motivaram esse acidente, antes do período chuvoso. E isso é de extrema importância para evitar novas tragédias. Esclarecer as causas do ponto de vista técnico vai auxiliar na prevenção e verificação dos riscos”, explicou Frederico.

Para o presidente do Ibape-MG, o acidente do Buritis fomentou as discussões em torno das áreas de risco em Belo Horizonte, que não se limitam a vilas e favelas. “As pessoas viram que imóveis em bairros de classe média também podem fazer parte da área de risco. Hoje temos propostas de leis no Legislativo municipal para criação de um banco de dados com todos os projetos de edificações a serem implantados na cidade. A vistoria cautelar dos impactos na vizinhança para liberação de novos empreendimentos é outra sugestão. E tem ainda a proposta da inspeção predial e manutenções de edificações”, assinalou.


MEMÓRIA: Instabilidade e desmoronamento
O Condomínio do Edifício Vale dos Buritis, na Rua Laura Soares Carneiro, no Bairro Buritis, Oeste de BH, foi interditado em outubro de 2011, depois que moradores chamaram a Defesa Civil por temer um desmoronamento com o início do período chuvoso. Dois prédios vizinhos também foram lacrados: o Art de Vivre e outro ainda em construção. Vazio, o Vale dos Buritis desabou em 10 de janeiro. Cinco dias depois, o vizinho Art de Vivre foi demolido, após decisão da Justiça. No último lance da batalha judicial que se seguiu aos problemas estruturais, liminar expedida em 21 de julho determinou que a construtora Podium Engenharia iniciasse obras para garantir a estabilidade da área afetada.
 


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