
O sargento do 41º Batalhão da Polícia Militar suspeito da morte de um vigia de 24 anos após uma briga de trânsito no domingo foi liberado após prestar depoimento. Ele, o filho - que conduzia o carro que se envolveu em uma batida com o de Jhoni Gomes -, e outras testemunhas foram levados para a Delegacia de Homicídios da capital, no Bairro São Cristóvão.
De acordo com a Polícia Civil (PC), a delegada de plantão, Juliane Emiko, chegou a fazer o flagrante do sargento Luiz Carlos da Silva, de 45 anos, mas ela constatou indícios de legítima defesa. Assim, decidiu não ratificar a prisão do militar, que serve na 11ª Companhia da PM. O filho do policial, Thiago Lopes Silva, de 21 anos, também foi liberado. Conforme a PC, o caso foi encaminhado à Justiça, que decidirá se o policial ficará solto ou não durante as investigações.
A confusão começou quando o filho do sargento, que conduzia seu Celta prata, bateu no Stilo da vítima na Rua Visconde de Caeté. Os dois passaram a discutir os danos materiais do veículo. Thiago e Jhoni foram até a casa de Luiz Carlos, que fica no mesmo bairro, tentarem um acordo sobre os prejuízos. De acordo com o tenente Abílio Neves de Oliveira, do 41º Batalhão, antes de encontrar Thiago novamente, Jhoni foi até a casa dele, buscou a esposa e voltou com dois revólveres calibres 22 e 38. O militar teria saído para ver o que estava acontecendo e também discutiu com vigilante, que sacou o revólver 38. O sargento tentou desarmá-lo e eles entraram em luta corporal.
“Nesse momento, o sargento tentou desarmá-lo. Ele chegou a tomar o revólver, mas a vítima sacou outra arma e durante a luta corporal dos dois ocorreram os disparos”, disse o tenente.Vários tiros foram disparados. Três deles atingiram Jhoni, que morreu no local. O sargento foi ferido no braço.
A perícia recolheu oito cápsulas deflagradas, três de calibre 38 e cinco de calibre 22, as armas que, de acordo com o relato do oficial da PM, estavam em poder do vigilante morto. Também foi apreendida a arma do sargento Luiz Carlos, uma pistola .40 que ele usa em serviço. O tenente Abílio disse que a pistola não foi disparada.

Questionamentos
Entre as pessoas que foram ouvidas pela delegada estão a esposa do sargento, um vizinho da vítima e a mulher de Jhoni, Hilca Cristina Machado de Lima Gomes, de 24 anos, que contestou algumas informações passadas pela PM. Segundo ela, o marido voltava do trabalho por volta das 7h quando foi buscar o carro na garagem de uma tia, pois a casa dos dois não tem garagem. Ao tirar o veículo, houve a batida com o carro do filho do militar e a discussão começou.
Hilca contou que o marido foi atrás de Thiago até a casa onde o rapaz mora com o pai, para discutir o pagamento do conserto do carro, mas resolveu buscá-la para que eles fossem à igreja. “Ele voltou até a casa do rapaz e começou a conversar com o pai dele sobre o pagamento do prejuízo. O militar garantiu que o dano seria reparado. Mas o menino estava embriagado e voltou com uma arma. Quando o Jhoni viu, ele sacou seu revólver e mostrou que também estava armado”, conta Hilca. A mulher suspeita que o disparo que matou o vigilante tenha sido feito por Thiago.
(Com informações de Guilherme Paranaíba e TV Alterosa)