Jornal Estado de Minas

Medo da impunidade em crime no Cidade Nova

Mesmo com Justiça acatando denúncia contra os acusados, pai teme que assassinos de Bárbara consigam a liberdade

Gustavo Andrade se preocupa com possível soltura dos dois indiciados pela morte da filha, assassinada a tiros em maio durante um assalto - Foto: Cristina Horta/EM/D.A Press

“Estou mais tranquilo com o fato de a Justiça ter recebido a denúncia contra os assaltantes que mataram minha filhaIsso diminui a sensação de impunidadeMas, ao mesmo tempo, tenho medo que haja algum excesso de prazo e os acusados venham a ser soltos antes do julgamento.”.Assim o professor Gustavo Andrade Neves, pai da estudante universitária Bárbara Quaresma Andrade Neves, de 22 anos, comentou a decisão do juiz da 11ª Vara Criminal do Fórum Lafayette, Ronaldo Batista de Almeida, que acatou a denúncia oferecida pela promotora Elaine Godoi contra os três acusados, por latrocínio (roubo seguido de morte), dando início à ação penal.

O mestre em processo penal Bruno César Gonçalves explica que dificilmente haverá excesso de prazo nesse caso e acredita que os suspeitos serão mantidos presosMesmo porque, segundo ele, trata-se de um crime hediondo e há mais de um réu respondendo pelo crime“O prazo do procedimento ordinário é de 86 dias, ou seja, para o processo ser concluído e os réus julgados pelo juiz criminalNo entanto, esse prazo pode ser prorrogado”, disse o advogado.

O delegado da Polícia Civil responsável pelas investigações, Bruno Wink, também não acredita em excesso de prazo“Dificilmente, eles serão soltosAs investigações estão bem amarradasTomamos as declarações dos presos em Montes Claros, onde foram presos, e eles confessaram toda a dinâmica do crimeO fato de o juiz ter recebido a denúncia já indica que os réus não serão liberados”, disse o delegado.

O CRIME
Bárbara foi assassinada na noite de 23 de maio quando estava no carro com o namorado, Gabriel Quaresma, de 25, em frente ao prédio onde ele morava, no Bairro Cidade Nova, Região Nordeste de Belo HorizonteOs ladrões queriam o Uno dela e fugiram sem levar nada.

Dois dos denunciados pelo crime, Thiago Henrique Fernandes dos Santos, de 21, o Terror, e Wagner Henrique Soares da Conceição, de 20, o Waguinho, foram presos dias depois
O terceiro acusado, Rafael Fagundes da Silva, 18, o Graxinha, continua foragidoSe condenados, cada um pode pegar de 20 a 30 anos de prisãoSegundo o Tribunal de Justiça Minas Gerais (TJMG), os réus ainda não constituíram advogado de defesa e não há nenhum pedido de relaxamento de prisão para eles