“Estou mais tranquilo com o fato de a Justiça ter recebido a denúncia contra os assaltantes que mataram minha filha. Isso diminui a sensação de impunidade. Mas, ao mesmo tempo, tenho medo que haja algum excesso de prazo e os acusados venham a ser soltos antes do julgamento.”.Assim o professor Gustavo Andrade Neves, pai da estudante universitária Bárbara Quaresma Andrade Neves, de 22 anos, comentou a decisão do juiz da 11ª Vara Criminal do Fórum Lafayette, Ronaldo Batista de Almeida, que acatou a denúncia oferecida pela promotora Elaine Godoi contra os três acusados, por latrocínio (roubo seguido de morte), dando início à ação penal.
O mestre em processo penal Bruno César Gonçalves explica que dificilmente haverá excesso de prazo nesse caso e acredita que os suspeitos serão mantidos presos. Mesmo porque, segundo ele, trata-se de um crime hediondo e há mais de um réu respondendo pelo crime. “O prazo do procedimento ordinário é de 86 dias, ou seja, para o processo ser concluído e os réus julgados pelo juiz criminal. No entanto, esse prazo pode ser prorrogado”, disse o advogado.
O delegado da Polícia Civil responsável pelas investigações, Bruno Wink, também não acredita em excesso de prazo. “Dificilmente, eles serão soltos. As investigações estão bem amarradas. Tomamos as declarações dos presos em Montes Claros, onde foram presos, e eles confessaram toda a dinâmica do crime. O fato de o juiz ter recebido a denúncia já indica que os réus não serão liberados”, disse o delegado.
O CRIME Bárbara foi assassinada na noite de 23 de maio quando estava no carro com o namorado, Gabriel Quaresma, de 25, em frente ao prédio onde ele morava, no Bairro Cidade Nova, Região Nordeste de Belo Horizonte. Os ladrões queriam o Uno dela e fugiram sem levar nada.
Dois dos denunciados pelo crime, Thiago Henrique Fernandes dos Santos, de 21, o Terror, e Wagner Henrique Soares da Conceição, de 20, o Waguinho, foram presos dias depois. O terceiro acusado, Rafael Fagundes da Silva, 18, o Graxinha, continua foragido. Se condenados, cada um pode pegar de 20 a 30 anos de prisão. Segundo o Tribunal de Justiça Minas Gerais (TJMG), os réus ainda não constituíram advogado de defesa e não há nenhum pedido de relaxamento de prisão para eles.