Jornal Estado de Minas

Justiça nega pedido de liberdade a policiais acusados de mortes no Aglomerado da Serra

Tio e sobrinho foram mortos pelos militares durante operação no aglomerado no dia 19 de fevereiro de 2011. O relator do recurso afirmou que, na petição, o acusado não comprovou suas alegações por meio de documentos

Jason Ferreira Paschoalino (esq) e Jonas David Rosa (Dir) permaneçerão presos - Foto: Beto Magalhaes/EM/D.A Press e Renato Weil/EM/D.A Press

A Justiça negou pedido de habeas corpus para dois policiais militares acusados de assassinar duas pessoas no Aglomerado da Serra, em fevereiro de 2011O auxiliar de enfermagem Renilson Veriano da Silva, de 39 anos, e seu sobrinho, o adolescente Jeferson Coelho da Silva, de 17, foram mortos durante uma operação policial no aglomerado no dia 19 daquele mêsOs soldados foram acusados de homicídio duplamente qualificado e de posse irregular de dois revólveres com numeração raspada, que teriam sido colocados no local do crime para justificarem o ataque

De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), um dos policiais, Jonas David Rosa, deu entrada com o pedido que beneficiaria também o outro militar, identificado como Jason Ferreira PaschoalinhoNo recurso, alegou que estava preso há mais de 17 meses, o que caracterizaria excesso no prazo para a formação de culpaPorém, o relator do recurso, desembargador Alexandre Victor de Carvalho, entendeu que a decisão do juiz foi bem fundamentadaO magistrado afirmou que, na petição, o acusado não comprovou suas alegações por meio de documentos.

No dia 13 de outubro de 2011, o 1º Tribunal do Júri de Belo Horizonte determinou que os militares vão a júri popularA denúncia apresentada na época, destaca que o crime contra Renilson foi cometido “sem qualquer razão útil ou necessária”, sem possibilidade de defesa da vítimaO processo também afirma que a morte do adolescente provocada para assegurar a impunidade do primeiro homicídioDa mesma forma que no outro crime, a vítima não teve chance de defesa