Bombeiros e brigadistas conseguiram controlar, na tarde deste sábado, o incêndio no Parque Nacional da Serra da Canastra, em São Roque de Minas, na Região Centro-Oeste. O fogo começou havia quatro dias e, segundo o chefe substituto dessa unidade de conservação, Arnaldo Fereira da Silva, destruiu cerca de 1,5 mil hectares, o que equivalente a 1,5 mil campos de futebol. A área atingida foi o Chapadão da Babilônia, distante da Casca D%u2019Anta, cachoeira existente logo depois da nascente do Rio São Francisco. O parque é administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente.
Hoje, os responsáveis pela operação, que envolveu em cerca de 40 pessoas, voltam ao local atingido pelas chamas para verificar se ainda há focos e algum sinal de perigo. Se não houver mais risco, o grupo retornará às suas atividades normais. Por ser o Chapadão da Babilônia de difícil acesso, foi necessário o uso de helicópteros do Corpo de Bombeiros e duas aeronaves do ICMbio. Arnaldo explicou que a região é de cerrado, com presença de campos limpos, onde predominam as gramíneas e há poucas árvores, e os campos rupestres, com vegetação sobre rocha. Por enquanto, não foram encontrados animais mortos.
A investigação inicial mostra que o incêndio é criminoso, já que, nesta época do ano, muita gente queima o mato para formar pastagens e soltar o gado. A questão se complica na região, pois, conforme Arnaldo, há proprietários de áreas que ainda não foram indenizados. Há 15 dias, o Parque Nacional da Serra da Canastra, com área de 200 mil hectares, foi vítima de incêndio %u2013 na ocasião, o foco estava mais próximo das nascentes do Velho Chico. A longa estiagem e o tempo seco, aliados à prática ilegal das queimadas por parte de alguns criadores de gado, tornam esse santuário ambiental, onde nasce o rio da unidade nacional, uma vítima em potencial das labaredas.
CRIMINOSOS Levantamentos da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) mostram que 90% das queimadas nas unidades de conservação estaduais têm origem criminosa. Integram o Plano de Ação de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais seis programas operacionais, divididos em prevenção e controle, capacitação, combate, infraestrutura e logística, comunicação, fiscalização e investigação.
Em maio, o governador assinou decreto que define diretrizes para a Força Tarefa do Programa de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais de Minas Gerais (Previncêndio). O decreto criou uma sub-base da força-tarefa, instalada na estrutura da Adjuntoria de Emergência Ambiental do Corpo de Bombeiros Militar/MG, instalada no Parque Estadual Serra do Rola Moça. O objetivo é intensificar ações de prevenção.