Um dos sósias do homem conhecido como maníaco do Anchieta, o bancário Pedro Meyer Ferreira Guimarães, 55 anos, ganhou nesta terça-feira o direito de cumprir a pena em regime aberto. Eugênio Fiúza é acusado de estuprar seis crianças em Belo Horizonte na década de 1990. Ele foi condenado a 38 anos de prisão, dos quais cumpriu 16 anos e sete meses. Durante o período em que ficou preso, Fiúza sempre alegou ser inocente.
De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o artista plástico chegou a ter progressão do regime fechado para o semiaberto, com saídas temporárias 35 dias por ano, conforme calendário elaborado pelo presídio. No entanto, ele não chegou a usufruir do benefício porque desacatou um agente penitenciário, o agrediu com pontapés e o ameaçou de morte. Por causa disso, voltou ao regime fechado. Na audiência desta tarde, o juiz concedeu, novamente, o benefício a Fiúza.
Em março deste, com a prisão do ex-bancário Pedro Meyer, a defesa do artista plástico reascendeu a esperança de tirá-lo de trás das grades. Isso porque eles acreditam que ele tenha sido confundido com o homem, que agia na mesma década e tem feições semelhantes às dele.
A advogada de Fiúza, Adriana Eymar, afirmou, após a audiência, que seu cliente é inocente. “Ele já está em regime aberto e vai agora para Dores do Indaiá, onde ele nasceu e sempre foi cuidado por lá. Eu não quero saber quem foi que cometeu o crime, se foi o porteiro ou se foi o bancário. Vou provar que não foi o Eugênio Fiúza”, disse.
Outro sósia
Durante as investigações sobre o maniaco do Anchieta, um outro homem, que também foi preso por estuprar três menores, alega ter sido confundido com o ex-bancário. O porteiro Paulo Antônio da Silva, foi condenado, em setembro de 1997, a 16 anos e ficou preso quatro anos e três meses. Em julho de 2001, passou para o semi-aberto e, em novembro de 2002, para o regime aberto. Em fevereiro deste ano, obteve a liberdade condicional. Após a divulgação do caso de Pedro Meyer, a família de Paulo começou a suspeitar que ele foi injustiçado devido à semelhança física entre os dois.
Maniaco do Anchieta se livra de denúncias
O ex-bancário Pedro Meyer, acusado de ter estuprado 16 mulheres na década de 1990, em várias regiões de Belo Horizonte, pode sair impune de todos esses crimes. Das 11 acusações contra ele encaminhadas pela Polícia Civil à Justiça, 10 foram consideradas prescritas e arquivadas. É que venceu o prazo de 16 anos previsto na lei em vigor na época dos fatos para julgamento. A prescrição é resultado da atuação do defensor do ex-bancário, que entrou com habeas corpus na Vara de Inquéritos pedindo o trancamento das ações, alegando que os crimes estavam prescritos.
(Com informações da Tv Alterosa)