“A legislação é um jardim de infância para as empresasDeveria ser mais restritiva, 30 metros é uma distância muito pequena, principalmente em relação a hospitais, escolas, praças, locais onde há aglomeração de pessoas”, defende a promotoraEla acusa a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) de ser “totalmente omissa”“Não fiscaliza como deviaNão adota todas as providências previstas em lei diante da instalação de ERBs sem o devido licenciamento ambientalTemos denúncias de antenas instaladas a menos de 10 metros de casas”, aponta.
Em Belo Horizonte, funcionam 1.079 ERBs, das quais 280 são consideradas irregulares e 41 tiveram o pedido de regularização negado pela PBH, mas algumas obtiveram liminar judicial para continuar operandoElas estão a serviço de cinco empresas: Oi, Nextel, Vivo, Tim e ClaroA prefeitura alega que a lei municipal segue as determinações da AnatelSegundo a gerência de Licenciamento de Infraestrutura da Secretaria de Meio Ambiente, sempre que se constata alguma antena irregular, busca-se efetivar seu licenciamento
A ação do MP foi rejeitada em primeira instância, mas a promotoria de Defesa da Súde interpôs recurso, ainda não julgadoA iniciativa de Josely foi motivada por um inquérito civil instaurado em 2004 por associações de moradores da Região da Pampulha e dos bairros Dom Bosco, na Região Noroeste, e Santa Lúcia, Região Centro-SulQuase uma década depois da iniciativa, o presidente da Associação Comunitária do Bairro Bandeirantes, Afrânio Alves de Andrade, se diz “desanimado”“Nós batalhamos, mas o progresso não dá ouvidosQuando isso bate nas autoridades, que poderiam atuar com energia, elas fraquejam”, considera“Elas (as antenas) criam uma zona de influência de ondas cujos efeitos para a saúde são danososAlém disso, as propriedades são desvalorizadas em função da presença dessas torres”, constata.
Procuradas pelo Estado de Minas, a Oi afirma, por meio de sua assessoria de imprensa, que “está conversando com a prefeitura para adequação das estações rádio base à legislação de uso e ocupação do solo” e que as “exigência técnicas já atendem a regulamentação específica da Anatel”A Claro informou apenas que “está analisando” os casos de antenas irregulares operadas pela empresaAs outras três empresas não se pronunciaram sobre o assunto.