Jornal Estado de Minas

Moradores no entorno do terreno onde ficava o edifício que desabou temem as próximas chuvas

Previsão é que dezembro tenha chuva acima da média

Tiago de Holanda
Escombros do prédio que foi demolido em janeiro ainda aguardam remoção - Foto: Tulio Santos/EM/D.A Press


A encosta onde um edifício desabou e outro foi demolido em janeiro, no Bairro Buritis, Região Oeste de Belo Horizonte, ainda oferece risco a imóveis do entornoPara evitar novos acidentes, a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura da capital autorizou a contratação de uma empresa para executar serviços de estabilização do declive, situado entre a Rua Laura Soares Carneiro e a Avenida Protásio de Oliveira PennaO trabalho deve ser realizado até março de 2013, segundo o despacho publicado ontem no Diário Oficial do Município (DOM)O prazo para conclusão das obras, orçadas em R$ 4,1 milhões, é de 180 diasA contratação da empresa Novus Engenharia dispensará o processo de licitaçãoA decisão da secretaria cumpre determinação judicial expedida no mês passado pela 4ª Vara da Fazenda Pública Municipal, a partir de ação impetrada pela Associação de Moradores do Bairro Buritis.

O marinheiro aposentado Luiz Marques, de 53 anos, mora com a mulher, a sogra, um filho e a cunhada em uma casa diante da encosta, na Avenida Protásio de Oliveira PennaApesar das barreiras de contenção já feitas na base do declive, a família sempre ficou apreensiva com a visão dos escombros que ainda permanecem no terreno“Se houver deslizamento, a terra vai passar por cima da gente”, teme LuizEle espera que as obras de estabilização diminuam o risco de acidentes no período de chuvas

Procurada pelo Estado de Minas, a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura não quis comentar o assuntoNenhum representante da Associação de Moradores do Bairro Buritis foi encontrado para se pronunciar.

O Edifício Vale dos Buritis, de três andares, já estava desocupado quando desabou, em 10 de janeiro
No dia 13 do mesmo mês, a prefeitura iniciou a demolição do prédio vizinho, o Art de Vivre IUm laudo pericial judicial divulgado em maio indicou que o Vale dos Buritis não deveria ter sido erguido da maneira como foi no terreno, que tem 33% de inclinaçãoO laudo ressaltou a má qualidade do solo e o processo deficiente de drenagem