O diretor-executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel/Minas), Lucas Pêgo, revelou ontem que muitos donos de bares e restaurantes começam a fornecer alimentos para os militares como forma de cortesia pelo trabalho prestado ou para se aproximar do policial
Segundo Lucas Pêgo, há 10 dias a PM se reuniu com representantes da Abrasel para discutir o projeto de regionalização do policiamento da capital, que vai pretende deixar a polícia mais perto da população nos bairros “Vamos ficar mais próximos do PM e vamos ter um policiamento mais eficazRealmente, a gente tem sentido falta de segurança em algumas regiões, mas com essa medida vai ser muito positivo”, disse o diretor-executivo da Abrasel“A gente recomenda que os comerciantes fiquem próximos dos policiais, mas não através dessa prática, de fornecer agrados em troca de segurança”, reafirma
O presidente da Associação Mineira de Bares Restaurantes e Lanchonetes (Amibar) e do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Belo Horizonte e Região Metropolitana (Sindhorb), Paulo César Pedrosa, disse ontem não ter recebido reclamações sobre os agrados a PMs, mas que ficou surpreso com a denúncia de permuta de alimentação por segurança “Se há funcionários de estabelecimentos fazendo isso, ele faz autorizado pelo dono
Para ele, os militares são servidores públicos e já são pagos para atender a população“Se estão na PM é porque querem e fizeram concursoHoje, a PM de Minas não tem mais os piores salários do Brasil, pois já fomos os piores, e estamos entre os cinco melhores salários do paísNada justifica essa irregularidade”, acrescentou Pedrosa.
Palavra de especialista
Marcos Vinícius Cruz
Pesquisador em Segurança da FJP
Planejamento fica prejudicado
“Ocorrem duas situaçõesUma é a conivência do comerciante que fornece artigos para a políciaOutra, o lojista se sente obrigado a dar refeições para não perder a segurança É como a famosa carteiradaUma questão institucional passa a ser pessoalOs manuais de instituições policiais do mundo inteiro repudiam essa condutaÉ uma questão que aflige organizações policiais do mundo inteiro e depende da socialização e do contexto socialNos Estados Unidos, o debate aumentou em meados do século passado e as instituições resolveram isso com regras rígidas e maior conscientização da sociedade de que o policial não deve ser depositário desse tipo de regaliasA solução é a polícia dar condições salariais ou de outro tipo para que seus membros não precisem constranger a sociedadeO Estado já cobra da sociedade a subsistência de suas instituiçõesQuando o favorecimento ocorre, o cidadão é onerado duas vezesOutro problema é que a segurança fica extremamente prejudicadaO policial tem um planejamento de modo a atender determinado tipo de ocorrência no território ao longo da jornada de trabalhoSe ele se sente compelido a frequentar determinada área comercial por receber benesses, isso quebra o planejamento do superior da áreaSem falar que isso favorece a dinâmica da criminalidadeOu seja, se sai pão quente da padaria às 15h e o policial vai para lá comer, os bandidos se aproveitam para atacar um ponto de ônibus a quatro quarteirões ou para agir na porta da escola.”
Repercussão
Leitores comentam no em.com.br
Além de despertar reação imediata do comando da Polícia Militar, a reportagem"Entre a cortesia e a coerção", publicada pelo Estado de Minas em sua edição de domingo, foi uma das mais comentadas do ano no Em.com Confira manifestações de leitores:
Sou policial militar e sempre primo por minha condutaSei que acontece isso em vários locais, mas não somos todos assimSempre pago pelo que consumo e cobro isso dos que trabalham comigo
Maria Aparecida Delogo
A questão de se beneficiar da farda é desvio de conduta e escorrega na éticaJá fui fiscal e jamais aceitei nem mesmo água sem pagar, para não criar esse tipo de vínculo ou privilégio
Antônio Brito
Os comerciantes que adotam essa postura de fornecer alimentação de graça para alguns profissionais de segurança é que deveriam ser presos por corrupçãoO incentivo muitas vezes parte deles mesmos
Edvaldo Magela Fernandes
Não adianta que os PMs esperneiem, é notório que fazem uso dessas regaliasOs comerciantes se sentem
constrangidos em cobrarA cúpula da PM é que tem que coibir essa prática, solicitando aos comerciantes
que denunciem
Álvaro Falcão
Parabéns pela reportagem! Isso acontece em toda a cidade, mas por medo as pessoas ficam coagidasAqui no Prado isso é vergonhoso.
Júlio Oliveira
Enquanto isso as ruas estão infestadas de motoristas inabilitados, bêbados, sem cinto, motos sem retrovisores etc., e o valoroso PM filando lanche.
Valter Alves Silverio
Precisamos de mais reportagens assimIsso no Rio de Janeiro é a chamada milícia, é uma vergonha essa atitude, igual é uma vergonha a PM e a Civil entrarem em casa de show, estádio de futebol na carteirada
João Osni
Fico com vergonhaComo é que grupos de desalinhados, comedores de coxinhas e afins mancham a valorosa Polícia Militar de Minas Gerais! Francamente, um desaforo para a população e comerciantes!
Antônio Sousa
No meu bairro também é assim! Esses caras de pau entram, comem, se lambuzam e saem rindo da cara de todos nós! Segurança pública é para todos e não para os que se intimidam com a farda desses bandidos
Karenina Lumertz
Isto é comum em boa parte da corporação, visto o cabo coxinha, o sargento empadinha ou o tenente cafezinhoMas ainda há bons policiais que tiveram educação, principalmente em suas casas, para se tornarem antes de tudo homens e mulheres de verdade.
Robson Matias
É comumSe o PM insistir em pagar, o dono do estabelecimento, além de não pegar o dinheiro, faz cara feia
e fica ofendido com o PMÉ issoIsso não é corrupção
Carlos Bertoline
“Cortesia”, palavra que se emparelha a “corrupção”Os consumidores, quando percebessem tal prática, deveriam deixar de comprar em tais estabelecimentosOu, quem for mais corajoso, converse com o militar (servidor público) e diga que essa prática é imoral, ilegal e antiética O boicote é o melhor caminho
Marcos Nunes
Conheço uma pessoa que denunciou, a Corregedoria puniu os PMs e o denunciante agora vive fugindo por receber constantes ameaças de morte dos que foram denunciados
Adriana Fernandes
Marcos Vinícius Cruz
Pesquisador em Segurança da FJP
Planejamento fica prejudicado
“Ocorrem duas situaçõesUma é a conivência do comerciante que fornece artigos para a políciaOutra, o lojista se sente obrigado a dar refeições para não perder a segurança
Repercussão
Leitores comentam no em.com.br
Além de despertar reação imediata do comando da Polícia Militar, a reportagem"Entre a cortesia e a coerção", publicada pelo Estado de Minas em sua edição de domingo, foi uma das mais comentadas do ano no Em.com Confira manifestações de leitores:
Sou policial militar e sempre primo por minha condutaSei que acontece isso em vários locais, mas não somos todos assimSempre pago pelo que consumo e cobro isso dos que trabalham comigo
Maria Aparecida Delogo
A questão de se beneficiar da farda é desvio de conduta e escorrega na éticaJá fui fiscal e jamais aceitei nem mesmo água sem pagar, para não criar esse tipo de vínculo ou privilégio
Antônio Brito
Os comerciantes que adotam essa postura de fornecer alimentação de graça para alguns profissionais de segurança é que deveriam ser presos por corrupçãoO incentivo muitas vezes parte deles mesmos
Edvaldo Magela Fernandes
Não adianta que os PMs esperneiem, é notório que fazem uso dessas regaliasOs comerciantes se sentem
constrangidos em cobrarA cúpula da PM é que tem que coibir essa prática, solicitando aos comerciantes
que denunciem
Álvaro Falcão
Parabéns pela reportagem! Isso acontece em toda a cidade, mas por medo as pessoas ficam coagidasAqui no Prado isso é vergonhoso.
Júlio Oliveira
Enquanto isso as ruas estão infestadas de motoristas inabilitados, bêbados, sem cinto, motos sem retrovisores etc., e o valoroso PM filando lanche.
Valter Alves Silverio
Precisamos de mais reportagens assimIsso no Rio de Janeiro é a chamada milícia, é uma vergonha essa atitude, igual é uma vergonha a PM e a Civil entrarem em casa de show, estádio de futebol na carteirada
João Osni
Fico com vergonhaComo é que grupos de desalinhados, comedores de coxinhas e afins mancham a valorosa Polícia Militar de Minas Gerais! Francamente, um desaforo para a população e comerciantes!
Antônio Sousa
No meu bairro também é assim! Esses caras de pau entram, comem, se lambuzam e saem rindo da cara de todos nós! Segurança pública é para todos e não para os que se intimidam com a farda desses bandidos
Karenina Lumertz
Isto é comum em boa parte da corporação, visto o cabo coxinha, o sargento empadinha ou o tenente cafezinhoMas ainda há bons policiais que tiveram educação, principalmente em suas casas, para se tornarem antes de tudo homens e mulheres de verdade.
Robson Matias
É comumSe o PM insistir em pagar, o dono do estabelecimento, além de não pegar o dinheiro, faz cara feia
e fica ofendido com o PMÉ issoIsso não é corrupção
Carlos Bertoline
“Cortesia”, palavra que se emparelha a “corrupção”Os consumidores, quando percebessem tal prática, deveriam deixar de comprar em tais estabelecimentosOu, quem for mais corajoso, converse com o militar (servidor público) e diga que essa prática é imoral, ilegal e antiética O boicote é o melhor caminho
Marcos Nunes
Conheço uma pessoa que denunciou, a Corregedoria puniu os PMs e o denunciante agora vive fugindo por receber constantes ameaças de morte dos que foram denunciados
Adriana Fernandes