Jornal Estado de Minas

BH Shopping está fora da rota do frescão

Itinerário desagradou usuários do transporte

Valquiria Lopes Landercy Hemerson
A escolha do itinerário da linha executiva Buritis–Savassi, tendo como eixo principal a Avenida Raja Gabaglia na ligação dos dois bairros, não agradou aos passageiros
A constatação feita por quem pegou o frescão nessa segunda-feira é compartilhada por usuários da linha 9250 (Caetano Furquim–Buritis), que em parte do itinerário atende as duas regiões Moradora do Bairro Sion, Região Centro-Sul, a estudante de engenharia ambiental do Centro Universitário de Belo Horizonte (Uni-BH) Talita Castro, de 27 anos, diz que o itinerário é restrito“Embora seja uma linha muito cheia, a 9250 é mais funcional porque passa no BH Shopping Com certeza atende um número maior de pessoasO melhor seria equipar alguns ônibus do sistema convencional com ar-condicionado, como já acontece em Vitória e no Rio de Janeiro, para melhorar o atendimento hoje prestado”, afirma.

Confira como são os "frescões"

Além das críticas ao itinerário, o pequeno número de passageiros foi uma constante no primeiro dia de operação do serviçoOs motoristas não precisaram se preocupar com a regra que permite apenas seis passageiros em pé, além dos 43 sentados, já que os “frescões” não fizeram muito sucesso nos pontos de ônibus Durante a manhã, as viagens foram feitas com a maior parte das poltronas vaziasÀ tarde, a situação se repetiu, com os ônibus circulando com uma média de seis passageiros.

Gratuidade

Não poder viajar de graça no coletivo que tem ar –condicionado e internet sem fio também incomodou usuáriosEm um dos pontos da Avenida Álvares Cabral, no Bairro Santo Agostinho, uma senhora que já iniciava o embarque teve que descer quando soube que não teria direito ao benefícioPor outro lado, há quem não se importe em pagar a mais pelo conforto e prefira arcar com mais R$ 1,35 além do custo da passagem no sistema tradicional, de R$ 2,65
“A lotação e a falta de educação dos motoristas do ônibus normal é tão grande que talvez seja mais vantajoso pagar um pouco a mais’, defende a cuidadora de idosos Lenir Araújo de Oliveira, de 47 anos, que mora no Bairro Casa Branca e trabalha no Buritis

A contadora Maria Elmira Caixeta Vilela, de 80 anos, faz coro à afirmativa de Lenir e disse que, mesmo tendo direito à gratuidade, prefere pagar pelo frescão, que ontem fez o trajeto em metade tempo habitual de uma hora “Os jovens sempre olham atravessado quando a gente entra no ônibus, porque vão ter que se levantar para ceder o lugarE os veículos também estão sempre lotados”, afirmou.

À noite, na volta para casa nos frescões, o administrador Ricardo Pedrosa, de 37, conta que experimentou o serviço junto com o colega Alexandre Gouveia Santos, de 40“Serão necessários ajustes, porém a qualidade do veículo não fica nada a dever a países de primeiro mundo”O engenheiro Welington de Souza Rabello, de 48, deixou se convencer pela proposta“Vim para o trabalho de carro, mas o deixei no estacionamento da empresa para experimentar o ônibus executivoSe gostar, passarei a ir para o trabalho de transporte coletivo.” Seus colegas de trabalho criticaram a falta de um agente de bordo para a cobrança da passagem, o que, para eles, atrasa a viagem