Amigos e familiares de Fábio Pimenta Fraiha, de 20 anos, morto em acidente na Avenida Nossa Senhora da Coramo, na Região Centro-Sul de BH, no último sábado, organizaram um protesto contra impunidade no trânsito, através do Facebook. O evento está previsto para o próximo domingo, dia 30 de setembro e quase 4 mil pessoas já confirmaram presença.
Os participantes irão se reunir na Praça da Liberdade, às 14h e caminharão até o local do acidente, próximo ao trevo do Belvedere, às 16h. Na descrição do evento, os organizadores pedem que os manifestantes repassem o convite para o maior número de pessoas. Além disso, eles solicitam que os presentes assinem uma petição que visa reformas nas leis de trânsito do Brasil.
Fábio conduzia um Ford Focus que bateu de frente com um Land Rover. Ele morreu no local, antes da chegada de socorro médico. Uma equipe do Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu) chegou a ir até lá e constatou a morte do jovem. O motorista do outro veículo, Michael Donizete Lourenço, de 22 anos, alegou que foi surpreendido pelo Ford Focus cruzando a Avenida Nossa Senhora do Carmo e que não conseguiu evitar a batida.
Ele disse ainda que estava circulando pela cidade com os amigos, mas não esclareceu de onde estavam vindo. De acordo com a Polícia Militar (PM), Michael apresentava sinais visíveis de embriaguez, como olhos avermelhados e hálito etílico. Ele se recusou a soprar o bafômetro e foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal para ser submetido a exame clínico. Ainda segundo a PM, havia evidência de que o rapaz dirigia em alta velocidade.
Com o impacto da colisão, o Focus ficou destruído, assim como a frente do Land Rover. Michael não portava os documentos do veículo que, segundo ele, lhe foi emprestado por um amigo. O jovem chegou a ser detido em flagrante após a colisão e foi autuado por homicídio com dolo eventual. Porém, Michael pagou fiança de quase R$ 43 mil e foi libertado nesta qaurta-feira.
Dor sem consolo
Em entrevista ao repórter do Estado de Minas Gustavo Werneck, a mãe de Fábio, morto no acidente provocado por Michael, revelou a dor de perder um filho tão novo, que teve interrompido os sonhos e projetos de forma tão bruta. “Não consigo rezar, meu coração parece que não existe mais. Não sinto nada, a impressão é de que estou anestesiada”, disse a designer Ana Cristina Franco Pimentel. Na entrevista ela ainda lembrou como foi o último contato com o filho. “Na sexta-feira, antes de sair de casa, ele me chamou de mamãezinha, me abraçou de forma diferente e me beijou. Era como se fosse uma despedida”, contou.