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Estado de Minas

Cadeirante, líder da gangue que fez funk "Proibidão do Terê", é preso em Betim

Oséias Moreira Pinto e outros três integrantes da 'Gangue do Campo' ou 'Gangue do Gás' foram capturados pela polícia


postado em 21/09/2012 12:20 / atualizado em 21/09/2012 12:47

(foto: Edesio Ferreira/EM DA Pres)
(foto: Edesio Ferreira/EM DA Pres)

Um dos líderes de uma quadrilha conhecida como “Gangue do Campo” ou “Gangue do Gás”, suspeita de comandar o tráfico de drogas no Bairro Jardim Teresópolis, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, está preso. Ele foi apresentado na manhã desta sexta-feira na Delegacia Regional da cidade. Oséias Moreira Pinto, 29, conhecido na região como Bahia, foi preso em casa no fim da manhã de quinta-feira, depois de oito meses de investigações da Polícia Civil. O homem foi autuado em flagrante por tráfico de drogas e porte ilegal de armas. Ele tem passagens anteriores pela polícia pelos mesmos crimes e já foi indiciado na cidade de Sabará por homicídio. A mesma investigação já havia levado a polícia a prender, em fevereiro, outro líder da quadrilha, Rodrigo de Souza Fernandes, o Mega, pelos mesmos crimes.

Outros três integrantes da quadrilha também foram capturados pela polícia. Jaime Soares da Costa, de 26 anos, Gladstone Moreira dos Santos, de 34, e Adahir Moreira Pinto, de 62, pai de Oséias, foram autuados por tráfico de drogas e associação com o tráfico de entorpecentes. Adahir seria o responsável por ajudar o filho a gerir o tráfico na região, já que o líder do bando é cadeirante e tem dificuldades de se locomover pelo bairro formado por ruas íngremes. Os suspeitos foram encaminhados para o Ceresp Betim. Segundo a polícia, as investigações na região do Teresópolis continuam, pois há informações sobre outros integrantes do bando que ainda estariam soltos.

Funk do Terê

A Gangue do Campo seria a responsável pela produção de uma música no ritmo do funk e um vídeo produzidos no ano passado conhecido como “Proibidão do Terê”, uma referência ao Bairro Jardim Teresópolis, onde a quadrilha atuaria. A letra faz clara apologia ao tráfico de drogas e incita a violência e a prática de crimes. Um trecho da música ainda faria menção ao apelido de Oséias, em um trecho que diz: “bastaria um toque do Bahia pra Betim parar”, o que indica a força do suposto traficante na região. Outra parte do funk cita traficantes da região do Cabana, em Belo Horizonte, o que para a polícia pode indicar uma relação direta com o tráfico de drogas na capital. Um CD com a gravação também foi encontrado na casa de Oséias e apreendido pela Polícia Civil.

R$ 60 mil em drogas

Durante a operação que culminou com a prisão dos suspeitos, os investigadores apreenderam uma quantidade de entorpecentes avaliada em pelo menos R$ 60 mil, segundo informações de um dos investigadores. Foram encontrados 1 quilo de cocaína, uma barra de 800 gramas de crack, 300 pedras de crack pronta para venda, uma pistola semi-automática 380, 11 munições, nove celulares e seis chips , balança de precisão e sacos para dolagem dos entorpecentes. Um veículo Toyota Hilux, que pertenceria à quadrilha, também foi apreendido e levado para a delegacia.

No local a polícia ainda descobriu duas câmeras de segurança escondidas dentro de canos de PVC pintados de preto, além de duas TVs de LCD. Segundo o delegado regional de Betim, Wagner Sales, os equipamentos eram utilizados por Oséias para monitorar a movimentação na Rua Bahia, a fim de visualizar uma possível aproximação da polícia e possibilitar a fuga pelos fundos da casa. No entanto, o esquema de segurança montado por Oséias foi driblado pelos investigadores da Polícia Civil, que usaram uma casa vizinha para conseguir ter acesso à residência do suspeito. Segundo os policiais, os suspeitos ainda tentaram esconder a droga, lançando-a sobre o muro nos fundos da casa. A ação foi frustrada, porque a polícia cercou o terreno e conseguiu recuperar os entorpecentes.

Veja trechos do funk:



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