A Polícia Civil de Juiz de Fora, na Zona da Mata, investiga um suposto caso de assédio sexual em uma empresa da cidade. Na semana passada, uma funcionária procurou a delegacia com imagens que gravadas por uma câmera escondida no banheiro do local de trabalho. O aparelho foi instalado pelo patrão. “Ela relatou que estava desconfiada que teria uma câmera no local onde troca de roupa. Ela conseguiu fazer um backup das imagens, viu onde a câmera estava e trouxe para nós. Além isso, ela relatou que já havia sido assediada por ele”, explica o delegado Carlos Eduardo Rodrigues.
O aparelho, uma caneta falsa, está com a Polícia Civil. São cerca de duas horas de gravação. A polícia também teve acesso a imagens que mostram a empregada que trabalha na casa do empresário. A mulher foi ouvida, mas não quis prestar queixa. O homem foi ouvido no dia seguinte à denúncia. O empresário foi ouvido e liberado. “Ele disse que usou a câmera em alguns locais porque o alarme estaria disparando, que desconfiou que algum animal entrava lá. Mas não tem explicação para ele ter colocado no banheiro”, afirma o delegado.
De acordo com Carlos Eduardo Rodrigues, foi aberto um termo circunstanciado de ocorrência que será encaminhado ao Juizado Especial Criminal. A funcionária que conseguiu as imagens relatou já ter entrado com uma ação contra o patrão na Justiça, mas não informou a natureza do processo. Para o delegado, o caso pode incorrer no crime de assédio sexual por causa da condição de superioridade do patrão em relação à vítima. “O caso revolta quem está vendo porque estão usando uma relação de confiança, e a pessoa está abusando dessa confiança. Nós não sabemos com que finalidade ele usaria, se é para divulgar na internet”, finaliza Rodrigues.