Sob forte escolta policial, Roni chegou ao Fórum Doutor Pedro Aleixo por volta de 12h e por lá permaneceu por cerca de 40 minutos. Ao juiz, Roni afirmou que fugiu porque estava sendo ameaçado. Ele estava trabalhando em um loja no Shopping Oiapoque, no Centro da capital e deveria retornar à carceragem aos fins de tarde. O traficante afirmou que no dia da fuga, quando chegou próximo à penitenciária percebeu uma movimentação suspeita na porta do local de pessoas que não conhecia e que não trabalhavam na unidade. Roni afirmou que recebia constantes ameaças e temia ser morto.
O juiz Wagner Cavalieri informou que o depoimento será encaminhado ao Ministério Público, que deverá emitir parecer sobre a justificava para a fuga, considerada falta grave e que cancela o benefício do regime semi-aberto. Após análise do MP, o magistrado voltará a analisar o caso e decidir sobre a continuidade ou não do benefício. Por enquanto, Roni é mantido preso em regime fechado na Penitenciária Nelson Hungria. Ele foi condenado a 31 anos de prisão, dos quais já cumpriu metade.
Recaptura
Roni retornou a Belo Horizonte na quinta-feira passada depois de ser capturado pela Polícia Civil em Goiânia. Ele estava morando em uma casa de alto padrão, cercada por muros altos cobertos com cercas elétrica e cortante, no Bairro Porto Seguro, próximo a um condomínio de luxo. A polícia chegou até ele após evidências de que pessoas próximas ao traficante, ligadas ao mundo do tráfico, estavam transferindo veículos emplacados em Minas Gerais para o estado de Goiás. Para a polícia, os veículos eram usados como moeda de troca e lavagem de dinheiro nas negociações da venda de drogas.
Apontado pela polícia como braço direito do traficante Fernandinho Beira-Mar, Roni chegou a comandar o tráfico na Pedreira Prado Lopes, na capital mineira, onde, segundo levantamentos da polícia, chegava a faturar cerca de R$ 50 mil por dia com a venda de drogas. Para a polícia, atualmente ele atuava intermediando o repasse de drogas de traficantes de países vizinhos para grandes traficantes brasileiros sem ter contato com os produtos.
Além de traficante, Roni é investigado por homicídio, posse e porte ilegal de arma de fogo e formação de quadrilha e é apontado pela polícia como um dos líderes do Comando Vermelho, facção criminosa do Rio de Janeiro com ramificações em Minas. Entre seus principais comparsas estão seu irmão Raimundo Peixoto de Souza e Luiz Fernando de Souza, o Fernandinho Beira-Mar. Roni encabeçava a lista do Procura-se, programa que consiste na divulgação de fotos e outras informações sobre os criminosos alvos através de cartazes, sites, redes sociais e a imprensa. .