Centenas de pessoas se reuniram na noite desta segunda-feira na Praça Floriano Peixoto, no Bairro Santa Efigênia, Região Leste de BH, para fazer um ato de repúdio à violência e um protesto contra a morte da atriz e artista plástica Cecília Bizzotto, a Ciça, de 32 anos, assassinada durante um assalto no Bairro Santa Lúcia, Região Centro-Sul da capital. Com balões, camisas brancas e velas, alunos da mulher fizeram várias apresentações.
Veja imagens da manifestação que lotou a praça
Em um dos atos, os jovens sujaram as mãos com tinta vermelha, que simbolizou a violência, e depois se abraçaram. “O abraço foi um ato simbólico para darmos força uns aos outros pela morte da professora. Todos os alunos estão chocados. Estamos expressando a falta que ela faz”, diz a aluna Glayciene Renata , 19 anos.
Entre as pessoas presentes na manifestação estava Nilmário Miranda, ex-secretário de Direitos Humanos, que também mostrou sua insatisfação com a violência em Belo Horizonte. Ele trabalhou com a atriz na campanha de Patrus Ananias que concorreu à prefeitura da capital. “Vejo anunciado um grito para o basta pela violência. A cultura do direitos humanos é pela paz, pela busca da solução pacífica e é contra a impunidade. Não existe direitos humanos se não existe dignidade”, afirmou.
A tia da estudante Bárbara Quaresma Andrade Neves, de 22 anos, que foi assassinada em maio deste ano durante um assalto no Bairro Cidade Nova, Região Nordeste de Belo Horizonte, também foi prestar solidariedade à família da atriz. “Tem quatro meses que minha sobrinha morreu e que duas pessoas foram presas, mas uma não. Eu não conhecida a família dela, e nem a moça, mas conheço o sentimento de perda. Isso sempre se repete. Mas até quando vai fazer parte do nosso cotidiano?”, desabafou.
Investigações
O assassinato da atriz aconteceu em 7 de outubro. O crime ocorreu na Rua Saturno, no bairro Santa Lúcia. Cecília, o irmão dela e a namorada dele chegavam em casa num EcoSport por volta de meia-noite, quando foram rendidos por dois homens armados. Um terceiro bandido apareceu depois. As vítimas ficaram em poder dos assaltantes por aproximadamente uma hora. Nesse período, os assaltantes reviraram a casa à procura de dinheiro, joias e de um cofre. Os objetos recolhidos estavam sendo guardados dentro do EcoSport e de uma Pajero que também estava na garagem.
Alexandra contou à polícia que, em determinado momento, um dos bandidos subiu com Cecília para um dos quartos do segundo andar. Ela relatou ainda que, de repente, ouviu o homem perguntar à cunhada se ela estava ligando para a polícia. Na sequência, ouviu o tiro. Os assaltantes mandaram Marcelo abrir o portão e fugiram levando apenas os três telefones celulares das vítimas. Ele e a namorada saíram de carro à procura de ajuda.
Nesta segunda-feira a Polícia Civil informou que chegou a prender uma pessoa por causa do crime. Porém, o suspeito foi solto por não ter sido reconhecido pelas vítimas do assalto. A corporação também informou que há esperanças de prender os assaltantes nos próximos dias.