Jornal Estado de Minas

Estudo aponta que metrô é a melhor alternativa para o trânsito no Vetor Sul

O estudo, que durou dois anos, foi apresentado na manhã desta quinta-feira na Câmara de Vereadores de Belo Horizonte. Engenheiros e vereadores divergem da BHTrans e afirmam que a melhor alternativa seria o monotrilho

João Henrique do Vale
Imagem mostra como seria uma das estações do monotrilho no Bairro Buritis - Foto: Divulgação

Os motoristas que trafegam diariamente pela avenida Nossa Senhora do Carmo, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, principalmente em horário de pico, já sabem: vão passar um longo tempo nesse trajetoPara tentar minimizar os impactos no trânsito, a BHTrans fez um estudo na região, que durou dois anos, e apresentou algumas alternativas para melhorar a mobilidadeEntre as possibilidades estão a construção de uma linha no metrô da Savassi até o Belvedere, o monotrilho, o VLT (veículo leve sobre trilhos), VLP (veículo leve sobre pneus) e o BRT.

Atualmente, segundo a BHTrans, 60 mil veículos transitam pela avenida diariamenteO número de pessoas que usa o transporte coletivo é de 4 mil passageiros por hora em cada sentido nos horários de picoA estimativa é que esse número suba pra 10 mil passageiros hora/sentido em 20 anos"Esse estudo de desenvolvimento de transporte destina a investigar as alternativas que levam os passageiros da área central para o eixo sulMais precisamente na Nossa Senhora do CarmoNão é um plano e nem um projeto é apenas um estudo preparatório para a escolha de alternativas", explicou o Tomás Ahouagi, assessor de assuntos metropolitanos e metrô da BHTrans

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No estudo, que levou dois anos, foi feita uma análise criteriosa para cada tipo de transporteForam levados em conta a tecnologia, a adequação urbanística e ambiental, o desempenho e o critério econômicoPara cada um desses itens, foi dada uma pontuação
"Em função dessas análises, a gente chega a uma indicação de quais são as alternativas que foram melhorTodas as tecnologias tem como ser implantadasMas na nossa avaliação, em função das pontuações, o que se saiu melhor foi o metrô, depois o BRT, o VLP, o VLT, e por último o monotrilho", afirma Ahouagi

A alternativa mais viável, segundo a análise da BHTrans, não foi a mesma opção escolhida pelos integrantes da sociedade mineira de engenheiros e nem pelo vereador Fábio Caldeira de Castro Silva (PSB)Para eles, a solução para o trânsito na região seria a implantação do monotrilho"O metrô pode até ser a melhor alternativa, mas se torna inviável pelo custoPara se ter uma ideia, o km não sai por menos de R$ 250 milhões e o prazo de conclusão é 1,5 km por anoNa nossa atual conjuntura orçamentária vamos conseguir apenas em 2040 e 2050", diz Fábio Caldeira que acrescenta: "a vantagem do monotrilho é que não tem um trauma nas obras, é apenas fixar as vigas de sustentação que são pré-moldadasAlém disso é mais barato, pois como o transporte é feito por cima das vias, sobre os carros, as desapropriações são menores", explica.

Para Tomás Ahouagi, o monotrilho apresenta outros fatores que podem complicar a sua instalação"O problema básico dele é a inclusão visual e um custo de funcionamento mais alto
O montorilho perdeu ponto pois não consegue chegar em qualquer lugarPor exemplo, não pode passar pela Praça Sete, Praça da Liberdade, ou seja, tem que ser feita uma rota que não favorece a sua implantação", diz o assessor

Durante a audiência, os envolvidos marcaram outros dois encontrosO primeiro será entre integrantes da sociedade mineira de engenheiros e a BHTrans, para discutir as alternativasTambém foi decidido uma visita em começo de novembro às obras do monotrilho que será implantado em São PauloA cidade será a primeira no mundo a fazer esse tipo de transporte que irá transportar até 48 mil passageiros por hora