Um funcionário da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) foi morto na tarde desta sexta-feira durante uma troca de tiros com um segurança do Campus Pampulha, no Bairro São Francisco, em Belo Horizonte. As circunstâncias dos disparos ainda são investigadas. Porém, embora o pró-reitor de administração Marcio Baptista tenha afirmado, em entrevista coletiva, que o porteiro cometeu um roubo dentro da universidade, a polícia afirma que pode ter sido um acerto de contas entre os envolvidos.
Conforme o pró-reitor, o homem teria abordado uma pessoa, que não tem nenhum vínculo com a UFMG, na Praça de Serviços, onde se concentram os caixas eletrônicos. Após roubar R$ 3 mil, ele fugiu em uma moto e parou próximo ao prédio da Microscopia, localizado na parte externa do quarteirão 10 do campus Pampulha, perto do Centro de Pesquisas Hidráulicas da Escola de Engenharia. Ele desceu da moto e foi em direção ao segurança Maximiliano da Silva Melo, 27 anos.
Houve troca de tiros e o funcionário, identificado apenas como Adiel, acabou morto. Maximiliano foi atingido no braço. Ele recebeu atendimento médico e não corre risco de morrer. Marcio Baptista afirmou que o local onde o homem foi morto é o único no campus em que os seguranças andam armados.
Para a Polícia Civil não ocorreu nenhum assalto. Segundo a corporação, Adiel e Maximiliano moravam na mesma região e tiveram um desentendimento há um tempo, por razões ainda desconhecidas, que motivaram o porteiro a matar o vigilante.
Ainda segundo a Polícia Civil, Adiel chegou ao campus em uma moto com a placa clonada, acompanhado por outro homem. Esse suposto comparsa fugiu durante o confronto. Ele abandonou moto e capacete e se embrenhou na mata da universidade. Um grande aparato policial foi montado para tentar prender o homem. Até mesmo o helicóptero da corporação foi acionado.
Policiais do Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) foram para o local investigar o caso. “Estamos fazendo os primeiros levantamentos. Até agora já confirmamos que os dois são funcionários da UFMG. Inclusive, o homem que morreu teria trocado o horário de trabalho da tarde para de manhã. Ainda vamos conversar com o funcionário que foi para hospital para saber a versão dele”, afirma a delegada Alessandra Wilke.
Pouco tempo depois do crime, testemunhas da ação usaram as redes sociais para relatar o ocorrido. “Tiroteio na UFMG? oi? Amigoooooooooos dê noticiaaaaas!!”, disse Sol Camila. “Tiroteio e morte na UFMG, o trem ta feio !!!!!!”, afirmou Claudinha Abreu. “E continuam os helicópteros na UFMG # tenso”, conta Felipe Assunção. “Além de não ter aula, agora que volta é obrigado a lidar com a violência. Esse é o país rico e sem miséria da Dilma”, protestou Pedro Abrão.
Segundo o estudante de física Pedro Araújo Pires, a troca de tiros não afetou a rotina dos outros prédios da instituição. “Eu estou no ICEx (Instituto de Ciências Exatas da Universidade Federal de Minas Gerais) e toda a confusão aconteceu próximo ao prédio da engenharia, que é em frente. Porém, aqui tá tudo normal. Se eu não tivesse lido sobre o ocorrido na internet, talvez nem ficasse sabendo por enquanto”, disse.