O delegado Luciano Guimarães do Nascimento, da Homicídios de Contagem, deu detalhes nesta terça-feira sobre a morte da médica Cristiani Moreira, de 41, assassinada a facadas pelo marido, o estudante de direito Welington Rodrigues Tavares, de 29 anos. O crime aconteceu no dia 21 de outubro no apartamento do casal, no Bairro Riacho. O filho de Cristiani, de 12 anos, e um amigo do garoto testemunharam o homicídio. O garoto queria salvar a mãe e pedir ajudar, mas não conseguiu. Welington tentou se matar logo depois do assassinato, mas foi socorrido ao hospital e agora responderá pelo crime.
O delegado ouviu cerca de 12 pessoas, entre vizinhos, testemunhas e parentes do casal, para montar a história do crime e entender o que aconteceu naquela tarde trágica. Welington prestou depoimento nesta terça-feira e disse se lembrar muito pouco do momento da morte de Cristiani. Ele chegou na delegacia por volta de 9h e em apenas 30 minutos deu a versão dos fatos.
No dia do crime, a família esteve em um churrasco dos amigos da faculdade de Welington. A festa aconteceu em Betim e segundo o delegado, o estudante bebeu durante a comemoração. Ao deixar a festa, a família passou na casa de um amigo da criança, onde o universitário consumiu mais álcool com os pais desse colega de escola do menino. Logo depois, Welington, Cristiani, o filho e o colega seguiram para o apartamento no Riacho.
As crianças fariam um trabalho de escola e seriam auxiliados pelo casal. No entanto, o universitário e a médica começaram a brigar assim que chegaram no imóvel. Segundo Welington, a briga foi motivada por um desentendimento por causa do jogo entre Atlético e Fluminense. Ele queria sair para assistir ao segundo tempo da partida em um bar, junto com um cunhado. No entanto, Cristiani não gostou da ideia e teria dito que ele “perde a linha” por isso não deveria sair para o bar.
O casal trocou agressões na cozinha e segundo a polícia, Welington pegou facas e um cabo de vassoura para atacar a médica. O universitário alega que não se lembra do crime e teve um apagão desde o momento em que pegou a arma até a hora em que acordou no hospital.
Crianças testemunham terror
Enquanto o casal brigava na cozinha, os meninos foram para o quarto buscar o material escolar para iniciar o trabalho. O filho de Cristiani não se lembra de ouvir a discussão, mas quando foi até a cozinha viu o padrasto agarrando a mãe pelo pescoço. Ela teve a reação de mandar o menino ligar para a polícia e pedir socorro.
Em um ato de defesa, o menino foi até o quarto e pegou um skate. Ele tentou bater no padrasto para salvar a mãe, mas acabou atingido por dois golpes de faca, no braço e na cabeça. O garoto correu para o quarto e pediu que o amigo segurasse a porta, com medo das agressões de Welington. A criança tentou ligar para um tio, mas sem sucesso, e ainda telefonou para o 190 da PM, porém estava muito nervoso e não conseguia informar aos policiais o que estava acontecendo.
Minutos depois, o garoto saiu do quarto perguntando “vocês pararam de brigar” e encontrou a mãe cambaleando na cozinha. Ela caiu, bateu a cabeça na parede e foi amparada pelo filho que tirou a camisa para estancar o sangue no pescoço dela. O garoto ainda presenciou o padrasto andando desnorteado pela casa com uma faca cravada no peito e com ferimentos nos pulsos.
O menino ordenou que o amigo saísse do apartamento para pedir ajudar. O colega conseguiu chamar uma vizinha e o síndico do prédio, que acionaram Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu) e a polícia. Cristiani morreu antes de dar entrada no Hospital Municipal de Contagem. Welington ficou hospitalizado e saiu da unidade de saúde direto para cadeia.
História do casal
Um relacionamento de cinco anos, cheio de projetos e aparentemente tranquilo. Os familiares do estudante de direito e da médica ainda buscam respostas para o crime. Cristiani trabalhava há cinco anos no Programa de Saúde da Família (PSF), atendendo pacientes no Centro de Saúde Maria Madalena Teodoro, e no Hospital JK, ambos na Região do Barreiro, em BH.
A médica tinha um acordo com o marido: ele cuidaria da casa enquanto cursava direito e ela continuaria trabalhando para sustentar a família. O casal não tinha históricos de violência. Os parentes deles eram amigos e atestaram a boa convivência. Com a morte de Cristiani, o filho de 12 anos deve ser criado por uma tia em Juiz de Fora, na Zona de Minas, onde mora a família da médica. O pai biológico do garoto morreu há cerca de dois anos.
O delegado ouviu cerca de 12 pessoas, entre vizinhos, testemunhas e parentes do casal, para montar a história do crime e entender o que aconteceu naquela tarde trágica. Welington prestou depoimento nesta terça-feira e disse se lembrar muito pouco do momento da morte de Cristiani. Ele chegou na delegacia por volta de 9h e em apenas 30 minutos deu a versão dos fatos.
No dia do crime, a família esteve em um churrasco dos amigos da faculdade de Welington. A festa aconteceu em Betim e segundo o delegado, o estudante bebeu durante a comemoração. Ao deixar a festa, a família passou na casa de um amigo da criança, onde o universitário consumiu mais álcool com os pais desse colega de escola do menino. Logo depois, Welington, Cristiani, o filho e o colega seguiram para o apartamento no Riacho.
As crianças fariam um trabalho de escola e seriam auxiliados pelo casal. No entanto, o universitário e a médica começaram a brigar assim que chegaram no imóvel. Segundo Welington, a briga foi motivada por um desentendimento por causa do jogo entre Atlético e Fluminense. Ele queria sair para assistir ao segundo tempo da partida em um bar, junto com um cunhado. No entanto, Cristiani não gostou da ideia e teria dito que ele “perde a linha” por isso não deveria sair para o bar.
O casal trocou agressões na cozinha e segundo a polícia, Welington pegou facas e um cabo de vassoura para atacar a médica. O universitário alega que não se lembra do crime e teve um apagão desde o momento em que pegou a arma até a hora em que acordou no hospital.
Crianças testemunham terror
Enquanto o casal brigava na cozinha, os meninos foram para o quarto buscar o material escolar para iniciar o trabalho. O filho de Cristiani não se lembra de ouvir a discussão, mas quando foi até a cozinha viu o padrasto agarrando a mãe pelo pescoço. Ela teve a reação de mandar o menino ligar para a polícia e pedir socorro.
Em um ato de defesa, o menino foi até o quarto e pegou um skate. Ele tentou bater no padrasto para salvar a mãe, mas acabou atingido por dois golpes de faca, no braço e na cabeça. O garoto correu para o quarto e pediu que o amigo segurasse a porta, com medo das agressões de Welington. A criança tentou ligar para um tio, mas sem sucesso, e ainda telefonou para o 190 da PM, porém estava muito nervoso e não conseguia informar aos policiais o que estava acontecendo.
Minutos depois, o garoto saiu do quarto perguntando “vocês pararam de brigar” e encontrou a mãe cambaleando na cozinha. Ela caiu, bateu a cabeça na parede e foi amparada pelo filho que tirou a camisa para estancar o sangue no pescoço dela. O garoto ainda presenciou o padrasto andando desnorteado pela casa com uma faca cravada no peito e com ferimentos nos pulsos.
O menino ordenou que o amigo saísse do apartamento para pedir ajudar. O colega conseguiu chamar uma vizinha e o síndico do prédio, que acionaram Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu) e a polícia. Cristiani morreu antes de dar entrada no Hospital Municipal de Contagem. Welington ficou hospitalizado e saiu da unidade de saúde direto para cadeia.
História do casal
Um relacionamento de cinco anos, cheio de projetos e aparentemente tranquilo. Os familiares do estudante de direito e da médica ainda buscam respostas para o crime. Cristiani trabalhava há cinco anos no Programa de Saúde da Família (PSF), atendendo pacientes no Centro de Saúde Maria Madalena Teodoro, e no Hospital JK, ambos na Região do Barreiro, em BH.
A médica tinha um acordo com o marido: ele cuidaria da casa enquanto cursava direito e ela continuaria trabalhando para sustentar a família. O casal não tinha históricos de violência. Os parentes deles eram amigos e atestaram a boa convivência. Com a morte de Cristiani, o filho de 12 anos deve ser criado por uma tia em Juiz de Fora, na Zona de Minas, onde mora a família da médica. O pai biológico do garoto morreu há cerca de dois anos.