Jornal Estado de Minas

Anuário de Segurança Pública indica queda de 21% no gasto da União

Em MG, investimento cresceu no geral, mas caiu em inteligência

Patrícia Giudice
Minas Gerais tem 4.339 guardas municipais, mais de 45 mil PMs e 10 mil policiais civis - Foto: MARCOS MICHELIN/EM/D.A PRESS %u2013 21/12/11
Os gastos para combate à criminalidade pela União tiveram queda de 21,26% em dois anosOs números foram divulgados ontem no Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2012Em Minas Gerais, o mesmo ocorreu no setor de informação e inteligência, que, segundo os dados compilados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública entre 2010 e 2011, houve queda de 42,36% nos recursos investidosCaíram também os volumes de recursos destinados à defesa civil (66,05%) e informação e inteligência (58,38%) em âmbito nacional.

Para a responsável técnica pelo anuário, Thandara Santos, os dados mostram que, apesar da queda, ainda se gasta muito no Brasil para pouco resultadoIsso porque a taxa de homicídios dolosos, por exemplo, aumentou em vários estadosMinas ficou em segundo lugar, responsável pela maior variação: 14,7 homicídios por 100 mil habitantes em 2010 e 18,4 em 2011 (alta de 25,3%).“Entendemos que os investimentos não devem ser focados só no policiamentoA queda dos recursos para o sistema de informação e investigação é muito grave”, afirmou.

No total, os estados aumentaram os investimentos em segurançaEm Minas, por exemplo, passaram de R$ 5,9 bilhões para R$ 6,6 bilhõesMas nas delegacias inquéritos continuam parados à espera de investigaçãoDe acordo com o anuário, em 2010, o estado liderava o ranking com 3.054 processos de mortes a esclarecerNo ano seguinte, o número caiu para 2.323, e o estado foi ultrapassado pelo Rio de Janeiro, com 2.456 homicídios sem solução


Vagas

No sistema prisional, o anuário revelou que Minas tinha, em 2011, um déficit de 14.081 vagas para detentosEm 2010, faltavam 11.414Isso porque o número de presos subiu de 37 mil em 2010 para 41,5 mil em 2011, com mais 1.587 vagas no sistema

O secretário de Estado de Defesa Social, Rômulo Ferraz, disse que não tem conhecimento do que foi considerado pelo fórum“O estado está vivendo um processo de retomada mais rigorosa dos investimentos.” “Estamos trabalhando com R$ 650 milhões para o sistema de defesa social, PM, Civil e bombeirosSão financiamentos para viaturas, equipamentos de videomonitoramento,  unidades de internação de adolescentes, unidades de medicina legal, núcleos do Fica Vivo, entre outras ações”, afirmou