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Estado de Minas

Abertura de túnel do Ponteio é adiada novamente e obras causam transtornos


postado em 08/11/2012 06:00 / atualizado em 08/11/2012 08:08

Quase um ano depois da interdição do túnel do Ponteio, Dnit adia reabertura outra vez, marca nova data e segue obrigando motoristas a irem até o BH Shopping para retornar. A consequência todo mundo conhece: congestionamentos em horários de pico(foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)
Quase um ano depois da interdição do túnel do Ponteio, Dnit adia reabertura outra vez, marca nova data e segue obrigando motoristas a irem até o BH Shopping para retornar. A consequência todo mundo conhece: congestionamentos em horários de pico (foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)

Uma temporada de chuvas já passou, outra está começando, e o túnel do Ponteio, na BR-356, altura do Bairro Belvedere, ainda não será reaberto ao tráfego de veículos. Desde 15 de dezembro, quando o barranco acima da trincheira ficou encharcado e desabou soterrando a passagem subterrânea, até hoje são nada menos do que 47 semanas. Quase um ano depois da interdição, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) mal consegue definir uma data para reabertura do retorno, obrigando motoristas a percorrer mais 1,5 quilômetro até o trevo do BH Shopping para voltar para a Avenida Nossa Senhora do Carmo ou Belvedere.

Pode parecer uma distância pequena, mas nesse complexo viário os veículos precisam disputar espaços, muitos vezes congestionados, com o tráfego de Nova Lima, da Avenida Raja Gabáglia, dos bairros São Bento, Santa Lúcia e Belvedere. Foram dois adiamentos até agora e o Dnit marcou mais uma data para a reabertura do túnel, dessa vez com a chuva sobre máquinas, operários e os pedestres que passam por ali sobre uma passarela de madeira e armação de ferro improvisada no meio ao canteiro de obras.

Em agosto, o superintendente regional do órgão em Minas Gerais, José Maria da Cunha, disse que as obras estariam prontas e o túnel aberto até outubro. Prazo não cumprido, a assessoria de imprensa da autarquia federal marcou nova data, depois de amanhã, dia 10. Contudo, mais uma vez o órgão admitiu, ontem, não ter como honrar mais esse prazo e estipula, agora para o dia 16, a data em que os motoristas finalmente poderão usar o retorno. E o caminho é muito importante. Ontem, por volta das 18h, os administradores de rastreadores computavam 2,2 quilômetros de congestionamento entre o Belvedere e o trevo do Shopping.

(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)


O problema não se restringe aos atrasos para quem precisa fazer o retorno no túnel. Na opinião do engenheiro civil e consultor de transporte e trânsito, Silvestre Andrade, a injeção de tráfego no trevo do BH Shopping tem repercussões negativas em outras áreas da cidade. “Aquele retorno foi construído para funcionar como uma barreira para aliviar a interseção da Avenida Raja Gabáglia com a rodovia (BR-356 e MG-030), um trecho saturado, com congestionamentos constantes”, conta. Sem essa barreira, a pressão aumentou sobre o trecho e mais congestionamentos ocorreram. “Em lugar que já está cheio, uma gota d’água transborda”, compara.

A análise do especialista, a lentidão do Dnit em licitar a obra foi excessiva. “A questão burocrática demorou muito. Entre  ocorrer o problema e começar a resolver, demorou um tempo muito extenso. Passou-se a seca inteira sem os trabalhos. Agora, com as chuvas, chegou o período difícil”, avalia.

PERDA DE TEMPO E DE DINHEIRO

No túnel os sinais são de que a obra não teria mesmo condições de ser finalizada até sábado: arrimos de madeira e metal escoram as paredes. Pelo chão, há muitas tábuas empilhadas e outros materiais espalhados. Uma grande poça d’água se acumulou no meio do caminho. Infiltrações se alargam pelas paredes e fazem gotas pingarem do teto. O local é dividido pelos operários e por pessoas que usam a passagem subterrânea para atravessar a BR-356. Na tarde de ontem, pedestres se arriscavam a caminhar por um estreito espaço entre duas máquinas. “Quando precisa, eles (operários) param a obra para a gente passar”, diz Laodicéia de Cássia Guedes, de 43 anos, vendedora de uma loja no Ponteio Lar Shopping.

Se o túnel já estivesse desobstruído, a professora universitária Alessandra Garcia, de 39, o utilizaria de segunda a sexta-feira, dias em que leva o filho para aulas de natação no Ponteio. Por enquanto, para fazer o retorno na BR-356, ela precisa dirigir 1,5 quilômetro a mais até o trevo do BH Shopping. “Lá (no trevo), às vezes o trânsito está muito tumultuado, é horrível. Com o túnel, eu economizaria pelo menos 20 minutos. Para quem tem o tempo corrido, é muita coisa”, constata. Ela não entende por que as obras demoram tanto. “Isso aí está uma novela. A gente fica na expectativa de quando vai ficar pronto, mas a chuva vem aí. É capaz de atrasar ainda mais”, protesta.

Rubens Soares, de 48, também estranha os sucessivos atrasos. “Impressionante como uma obra como essa, que nem é tão grande, demora tanto”, reclama ele, que é motorista de uma empresa na Savassi e precisa dirigir pela BR-356 diariamente. Ele diz que pouparia meia hora, no mínimo, se pudesse usar o túnel para fazer o retorno. “Em horário de pico, chego a demorar mais de uma hora para ir até lá (no trevo do BH Shopping) e voltar aqui (ao túnel). São tempo e combustível gastos à toa. Esse ‘atalho’ faz muita falta. O trânsito de BH é complicado demais”, avalia.


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